terça-feira, 6 de junho de 2023

OS CAMARGO de São Paulo e Espanha

Os Camargos fidalgos de São Paulo de Piratiní!


A genealogia histórica dos Camargos paulistanos já havia sido descrita primitivamente pelo patriarca dos nossos genealogistas, Pedro Taques de Almeida Paes Leme, no século XVIII, porém perderam-se dois terços dos seus valiosos manuscritos intitulados Nobiliarchia Paulistana Histórica e Genealógica, antes que pudessem ser publicados em Portugal, pois aqui não havia imprensa - era proibida! Perda irreparável para a nossa cultura!

A tardia publicação representou apenas o terço restante da obra que não mais incluiu, além de outros, o título Camargo, definitivamente perdido. Foi Pedro Taques de Almeida Paes Leme um patriota paulistano que morreu pobre, como a maioria daqueles que queiram dedicar-se inteiramente ao ideal cultural (sofremos isto na carne há 18 anos!). Sua perfeita biografia foi meticulosa e magistralmente realizada pelo nosso genial historiador das Bandeiras Paulistas, Afonso Teixeira de Escragnole Taunay, publicada como preâmbulo de sua outra importante obra, a História da Capitania de São Vicente. 
História da Capitania de São Vicente com biografia de PEDRO TAQUES pelo não menos famoso AFONSO DE TAUNAY, em magistral ensaio Biográfico de 1914, edição rara  comemorativa do seu aniversário. 

Afonso de  E. Taunay



Silva Leme
Mais de século após, entre 1903-1905, seu parente Luiz Gonzaga da Silva Leme retoma a sua faina e lança a Genealogia Paulistana em nove volumes, contendo todos os títulos familiares, inclusive o desaparecido Camargo, omitindo porém as suas imprescindíveis biografias,  justificando ter-lhe sido impossível de realizar, dado o enorme vulto da obra!
Dr. Francisco de Assis Carvalho Franco, Genealogista, Cronista, Historiador - Biógrafo da Família Camargo de São Paulo e autor do Dicionário de Bandeiras e Bandeirantes. 
Trinta e poucos anos após, para nossa felicidade, levanta-se outro grande erudito em favor desta tradicional família paulistana de origem hispânica, para agregar suas devidas biografias e assim conferir vida plena às antes monótonas sequências genealógicas da obra retro referida. Trata-se do sensível e dedicado Dr. Francisco de Assis Carvalho Franco, então Diretor Geral de Polícia de São Paulo, que em 1936* e 1937 publicou a excelente monografia “Os Camargos de São Paulo”


(Esta obra integra nossa base de dados de 3500 volumes disponibilizada
 totalmente aos interessados na aquisição a 1,00 real por volume)
Ex-Libris do Dr. Carvalho Franco.
Todos nós Camargos de origem paulistana (Paraná, RJ, Minas, Sta. Catarina, Goiás, MT) o homenageamos e lhe somos eternamente gratos. É dessa obra que transcrevemos a maior parte deste capítulo, acrescentando, entretanto, outros dados posteriores de Silva Leme e da nossa própria lavra contemporânea, fruto de estudos e colaborações de vários grupos espanhóis de discussão genealógica (algumas transcritas mais abaixo).
Dr. Carvalho Franco, Chefe da Polícia Civil de São Paulo em 1937
Em seu livro citado e outros artigos de revistas especializadas do passado (mais abaixo), ele cita inúmeros e castiços genealogistas ibéricos: Mateo Escágedo Salmon, Hita, Bartolomé Frias de Albornoz, Alfonso Guerra de Sandoval, Diogo de Soto y Aguilar, Alventós, D. Gonçalo Inácio Baraona, Basanta de La Riva, além do mundialmente famoso García Carrafa e outro brasileiro, o Padre Roque Luiz de Macedo Paes Leme, autor da Genealogia Brasiliense, pequena obra contendo inúmeros gráficos genealógicos. 
Exemplar nº1 da Revista do Instituto de Estudos Heráldicos Genealógicos SP 1937 (Contém artigo A Origem dos Camargos de São Paulo - Jusepe Ortiz de Camargo).
(Atendemos pedidos)
 alanr1567@gmail.com 
alandecamargo@outlook.com
O Mesmo Escudo do Cavaleiro D. Alffonso García de Camargo acima, Alcaide de Burgos em 1335.  
Blasonando: "Em campo de ouro, seis besantes de prata carregados de veiros azuis, ondeados, postos dois, dois e dois; bordadura de goles com dez castelos de ouro".


Heráldica: Besantes ou arroéis: seis, postos em pares, são símbolos de origem oriental, adotados pelos cavaleiros participantes das Cruzadas à Terra Santa; Veiros de Prata (ondeados e encaixado nos besantes); representam a pele de uma pequena raposa azul siberiana, indicando alta hierarquia e rivalizando-se com o arminho real, que é um outro pequeno animal branco, de pelo finíssimo; sua cor prata tem significado heráldico de pureza, integridade, obediência, firmeza, vigilância, eloquência; a cor azul dos veiros significa retidão, justiça, virtude, mecenato à cultura. O Ouro do escudo tem significado heráldico de nobreza, magnanimidade, luz, riqueza, poder, constância e sabedoria. A Bordadura vermelha ao redor do escudo significa proteção, favor e recompensa; a sua cor vermelha representa a sua cota de armas manchada do sangue do inimigo na batalha. Os Castelos representam grandeza e poder empregados de forma invencível na defesa dos aliados e amigos, contra os seus inimigos. O castelo era também o antigo símbolo da cidade de Santander, origem remota de todos os Camargo de Espanha, situada em seu litoral extremos Norte. Quem leva a cor ouro em seu escudo tem o dever permanente de defender os pobres e os príncipes; e pela cor Prata, está obrigado a defender as donzelas e amparar os órfãos; e o vermelho, ou goles, também de socorrer os injustiçados. A missão dos antigos cavaleiros de bem julgar e governar neste mundo era grandiosa e com profundo significado, como se pode facilmente deduzir de tudo que foi até aqui enunciado: que nobreza é assunto altamente espiritual!

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Mais informações:


A Chegada do tronco Jusepe Ortiz de Camargo, da Espanha ao Brasil
Este Brasão Camargo veirado, da Vila de Castrogeriz da Província de Burgos, é idêntico ao da Casa de Santillana Del Mar, na litorânea Santander, presente no escudo e arreios da montaria de Alfón de Camargo, abaixo, do Armorial Eqüestre da Cavalaria de Santiago, atualmente arquivado na Biblioteca Catedralícia de Burgos. Este é, portanto, o brasão do ramo paulista dos Camargo, pois seu patriarca Jusepe Ortiz de Camargo era justamente nascido naquela localidade, do mesmo ramo burgalês dos García de Camargo, embora tivesse ancestrais também do nobre ramo da Estremadura. Aqui chegou em 1583 na Armada do General D. Diego Flores de Valdés, ainda segundo Carvalho Franco. Cremos que tenha vindo nessa data de 1583* ou posterior de 1592. Casado com Leonor Domingues Luiz, filha do fidalgo português Domingos Luiz da Carvoeira, Cavaleiro da Ordem de Cristo (e empreiteiro na obra da igreja matriz e fundador do Convento da Luz). Não 
teve dificuldades em incluir-se no rol dos camaristas como almotacel, já que era seu genro. Posteriormente, seus futuros filhos também iriam ocupar todos os honrosos cargos daquela república aristocrática**: Fernão de Camargo, O Tigre, José Ortiz de Camargo (líder), Marcelino de Camargo, Francisco de Camargo, Jerônimo de Camargo e Ignácio de Camargo.
*Esta data de 1583 se contrapõe à cronologia de casamento de seus pais em 1571, levantada por Ida Altman, da Universidade da Florida, publicada em mestrado pela gráfica da Universidade da Califórnia, que transcrevemos integralmente no final desta página, como "adenda", pois assim ele teria vindo só e com apenas 11 anos, e casado com 14 anos!?, o que nos parece inverossímil. Mais provável que viesse na armada de 1592, que também conduzia seu primo espanhol D. Juán de Camargo rumo ao Peru; haveria maior compatibilidade de idades para o seu casamento, com cerca de 20 anos.
**O termo "aristocrático" aqui nada tem a ver com "nobreza feudal" ou capitalista; ao contrário,  refere-se aos pequenos proprietários que receberam datas de terra para agricultura familiar, arregaçando as mangas e enfrentando o trabalho braçal da roça. Eram terras devolutas e incultas, sem valor monetário num território imenso, onde cada um tomava posse do que queria, depois registrava como "datas de terra" na câmara municipal, como concessões de posse inerentes ao contrato de povoamento com o donatário. Nunca houve naquela era colonial paulistana, latifúndios como os do Nordeste pernambucano açucareiro. As datas de terras eram bastante modestas no Século XVI. A agricultura extensiva só começou a se ampliar com o preamento e instrução dos indígenas nesse ofício, que foi o primeiro passo da ordem civil brasileira - O TRABALHO!
Alfón de Camargo (embaixo, à direita) Armorial Equestre da Cavalaria de Santiago, portando o escudo de Santillana Del Mar, acima descrito.
Origem da Família Camargo em Burgos e Santander e seus diversos brasões, dos diversos ramos, conforme coligiu Carvalho Franco:
Assim começa o antigo genealogista hispânico-cantábrico Escágedo Salmon: “O apelido Camargo é originário da Cantábria e ligado à região montanhosa de Burgos, no Norte da Espanha. Seu solar primitivo ficava na povoação de Camargo, situada no vale do mesmo nome, na província de Santander”. O vocábulo Camargo, cuja etimologia verificamos significar literalmente “terreno plano junto ao mar, cortado por um rio”, ou “planície costeira, cortada por um rio”, vem de um antigo dialeto pré-romano, com raízes no cântabro e no celta, difundido também no litoral mediterrânico do Sul da França*, onde existe outro lugar com a mesma topografia e mesmo nome com sufixo afrancesado ao gênero feminino “Camargue” (Camarga). Este fato confundiu muitos estudiosos brasileiros do passado, levados a crer que "todos os Camargo da Espanha se originassem de remota origem francesa" (hipótese que expus em vários grupos genealógicos espanhóis e que foi veemente refutada pelos participantes, unânimes em afirmar que o que houve foi uma coincidência linguística da raiz ancestral céltico-cantábrica). Um camargo (acidente geográfico) no Mar do Norte hispânico e outra camarga no litoral Sul da França, no Mar Mediterrânico, teriam alguma comunicação geográfica!? Nenhuma! Esta disparidade reforça ainda mais nossa tese, já que não se pode imaginar que um povo do calmo e cálido litoral mediterrânico fosse se deslocar por um longo contorno oceanico (ou por terra, atravessando várias províncias hispanicas e os Montes Pireneus) até o seu agitado e frígido litoral Norte? Não enxergamos ali nenhuma  plausibilidade! (Algum inculto quer ainda que camargo seja "um crustáceo" - será que está catalogado? Não encontrei nada!).

*A planície costeira ou Camarga de França

A Camargue Mediterrânica, Sul da França
A Camarga (em francês: Camargue; Camarga em occitano provençal segundo a norma clássica; Camargo segundo a norma mistraliana) é uma região natural do Sul da França. Se localiza a oeste da Provença e ao Sul da cidade de Arles. Administrativamente, pertence aos departamentos de Bouches-du-Rhône e Gard.
A Camarga estende-se entre os dois braços principais do delta do rio Ródano (o "Petit-Rhône" e o "Grand-Rhône") e a costa mediterrânica. A sua área total é de cerca de 750 km2, chegando a leste à planície de Crau, a oeste até Aigues-Mortes e ao Norte até Beaucaire.
Este território, formado por areias e cascalho, encontra-se salpicado de lagoas. Atualmente, é terreno fértil, graças à construção de diques e equipamentos de rega. Há viticultura, cultivo de frutas e de arroz. A pecuária é abundante, com criação de cavalos e rezes bravas, os famosos "touros da Camarga".
A Camarga é uma zona úmida de importância internacional, com a maior população de flamingos da Europa. Estas aves emigram no inverno para o Sul, e muitas passam a estação fria em Marrocos, em importantes zonas úmidas como a foz do rio Moulouya, o Mar Chica ou o Parque Nacional de Souss-Massa. Está catalogada como grand site national da França.

Referências ARDAGH, J. e JONES, C. França: Uma Civilização Essencial. Volume 2. Tradução de Videlec, S. L. Madri. Edições Del Prado. 1997. p. 217. Wikipedia livre.
 D. Juán de Camargo


Aproveito esta abordagem para desfazer outro notório equívoco de comentaristas do passado, que não possuíam as facilidades da Internet de hoje, que nos permitiu pesquisar em mais amplas e variadas fontes européias. Disseram alguns, que os Camargo de São Paulo eram "de origem mourisca"... "oriundos de Sevilha", da "moura Andaluzia", "morenos", antigos boatos talvez provenientes dos mútuos xingamentos seiscentistas durante a guerra civil paulistana entre Pires e Camargos 1640-1662 (existe inclusive uma página na Internet acompanhando essa versão desatualizada supostamente  "mourisca") em que o famoso Fernando de Camargo O Tigre, teria "pele morena" (romancista Prof. Alfredo Ellis Jr.)... quanta fantasia! Nunca existiu nenhuma comprovação desse tipo físico naqueles personagens coloniais, ao contrário, as iluminuras aqui apresentadas da Cavalaria da Ordem de Santiago (de Burgos, região setentrional de onde vieram à Estremadura e de lá para a sulista Sevilha) apresentam uma gente muito branca do Norte hispânico, antigo reduto Suevo (Godo) dos louros e dólicos germânicos mesclados aos celtíberos locais!
No final da página deixamos um extenso testemunho de artigos bem fundamentados e publicados sobre pesquisas de genética DNA no território espanhol, enviados por nosso colega de lista de discussão da Espanha, o chileno Tomás de la Maza, que desmistificam os seculares boatos de suposta "influencia maciça" de etnias judaicas, mouras ou berberes na Ibéria do Norte, berço da [fidalguia] espanhola, que sempre se destacou justamente pela Nobreza de Sangue. Miscigenação racial ali, era pecado mortal!
No caso específico de Jusepe, tronco paulistano, tanto ele quanto seus pais e avós eram da Vila de Castrogeriz, da setentrional Província de Burgos na Cantábria. E possivelmente até mesmo o seu famoso bisavô, o Almirante do Estreito de Magalhães D. Francisco Alfonso de Camargo (não "Alonso" ou "Affonso" como alguns grafam erroneamente), habitando a Estremadura e Sevilha, em função de sua atividade marinheira.
Dona Isabel, A Católica - A Louríssima Rainha de Espanha - Herança Godo-Celtíbera!

Rei D. Fernando e Rainha D. Isabel A Católica. 
Os Camargos burgalenses setentrionais da época denotavam essa marcante influência genética ariana, como provável fruto da fusão com a antiga nobreza Goda germânica, e somente vinham até a sulista Sevilha para negociar ou viajar às Amérricas e Índia. Dali embarcavam nos navios fundeados às margens do sevilhano Rio Guadalquivir, imigrando rumo às Américas. Temos um translado* abaixo, de uma "cédula real", da Rainha Isabel da Espanha pertinente ao famoso 3º navegador do Estreito de Magalhães e nosso 14º avô Almirante Francisco Alfonso de Camargo retro citado (e não "Alonso", como registra a história chilena) bisavô de Jusepe, autorizando-o a trazer da setentrional Viscaya para o Rio Guadalquivir da sulista Sevilha, as quatro naus que seriam carregadas, embarcadas e despachadas rumo à sua infeliz jornada ao tenebroso Estreito de Magalhães, em 1539. À testa do empreendimento estava D. Francisco de Camargo, titulado Conde da "Província de Nova Leão" compreendendo a Patagônia e o Estreito, recebidos em herança por sua esposa, após o assassinato do irmão dela e seu cunhado Alcaçovas** 1º donatário acusado de estelionato e morto à punhaladas pelos seus associados embarcados e decepcionados com a lúgubre realidade daquele deserto gelado, muito distante da visionária "terra prometida" que lhes fora oferecida.

Seu sócio e financiador foi o seu próprio irmão, o famoso arquiteto e Bispo*** de Placência, Dom Guterre de Carvajal, todos naturais daquela região estremenha (linhagem completa descrita mais abaixo).
*Transcrição literal da Cédula Real de Dona Izabel A Católica, Rainha de Espanha: "Real Cédula de la reina ordenando al corregidor de Vizcaya que deje salir la armada de Francisco de Camargo para Sevilla, donde se abastecerá para ir a la conquista y población de la provincia del Estrecho en Indias, conforme ha capitulado, no obstante la orden general de que no se hagan a la mar barcos sin escolta, expidiéndose a petición del obispo de Plasencia*, hermano del interesado".[c] 1538-05-03. Valladolid, Archivo de Índias, expedido pela AER on-line.
**Alcaçovas: Lopez de Gomara, cronista espanhol, resume sua sombria aventura em duas linhas tranquilas: "Não soube levar nem se valer da sua gente; e assim o mataram a punhaladas, dez ou doze dos seus, no cabo de São Domingos, que fica pouco antes da chegada ao Estreito de Magalhães." Mataram o fidalgo português, cavaleiro contino e gentil-homem "da boca" do Imperador Carlos V, sob acusação de que "prometera mais do que podia cumprir" e que a todos "enganara com uma fantasiosa miragem" (estelionato). Demasiado foi, portanto, o seu castigo. Aparentado pelos laços de casamento com este D. Simão de Alcaçovas e Sotomaior, D. Francisco de Camargo, natural e residente em Placencia, com a influencia do bispo dessa cidade, seu irmão D. Guterre de Carvajal, teve como herança essas mesmas terras inóspitas do extremo austral gelado americano. Presente de Grego. 
***Bispo Guterre de Carvajal, foi o financiador da infeliz e ruinosa expedição. Esta esquadra de quatro navios foi capitaneada pelo Almirante D. Francisco Alfonso de Camargo, desde a setentrional Viscaya do país Basco até a sulista Sevilha. De Sevilha zarpou pelo rio Guadalquivir até o cabo marítimo de San Lucar de Barramedas, de onde partiu capitaneando duas delas para o perigoso e traiçoeiro mar do Estreito de Magalhães, açoitado por gigantescas marés de até dez metros de altura! Somente a sua nau capitânia atravessou até o Oceano Pacífico; duas naufragaram e a última retornou como "nau fantasma" ao porto de origem, após dois anos vagando perdida pelos mares do Sul!).

Quanto ao seu bisneto e nosso tronco paulistano Jusepe Ortiz de Camargo, com certeza "veio de Castrogeriz, Burgos", como afirma ainda o nosso outro antigo genealogista Padre Roque Luiz de Macedo Paes Leme, em sua "Nobiliarquia Brasiliense", um dos poucos privilegiados que tiveram acesso direto aos desaparecidos manuscritos de Pedro Taques, que do título "Camargos" extraiu a naturalidade burgalesa de Jusepe - "sem demonstrar nenhuma sombra de dúvida" - observa ainda o nosso gentil biógrafo Carvalho Franco, em outro artigo* dedicado à esta nossa família.
*In Revista de Estudos Genealógicos e Heráldicos nº 1, pg. 12 - As Origens dos Camargos de São Paulo - (esta coleção completa também incorpora nosso banco de dados disponibilizado para pesquisadores e autores interessados na aquisição - com custos).
Continuando: “... dali a família Camargo expandiu os seus ramos desde o final do século XII para outras localidades da Espanha, países europeus, e finalmente, por toda a América! Assim, os Camargo foram das "primeiras linhagens fidalgas ibéricas” a firmar sua [marca], antecedendo o surgimento da própria ciência heráldica, gerando assim grandes dignitários, tanto eclesiásticos quanto seculares! Afirmando a sua nobreza e ancestralidade, encontram-se os seus brasões descritos em velhos códices nobiliárquicos e esculpidos em vários monumentos, alguns dos quais remontando ao século XIV; mas são na realidade, muito mais antigos (apresentamos mais abaixo um exemplar de 1227, data da retomada de Baeza, resgatado de biblioteca particular, com os tradicionais cinco caldeiros negros da estremadura e oito aspas de ouro na bordadura, estas substituindo os tradicionais castelos).
ESTE NÃO!
Brasão dos Camango, nada a ver!
Durante muito tempo foi comum também se confundir o brasão dos Camango, com o dos Camargo, um escudo negro com três ouriços prateados, em triângulo: mas este definitivamente não é um brasão Camargo!, sendo que já tivemos aqui a oportunidade de apreciar os verdadeiros, com seus caldeiros negros ou besantes de prata e continuaremos estudando os demais a seguir. Carvalho Franco cita ainda Escágedo Salmón, que acrescenta outras modalidades observadas em vários manuscritos da Biblioteca Nacional de Madri, cada qual conferindo-lhes armas com peças diferentes, mas recorrendo todas neste tríplice padrão:  
1-arroéis veirados (Burgos),  
2-bocais de poços (Santander) e 
3-caldeiros negros (Estremadura).
"
Este é o brasão mais ancestral que se conhece desta família, originário da cidade de Camargo, no vale e planície costeira do mesmo nome, da província de Santander, no extremo litoral Norte  da Espanha.
“Noutras variedades de armas, o também antigo autor Hita as descreve assim: “de ouro, com seis arruelas de prata cheias de veiros azuis (ondeados); bordadura de vermelho com três castelos de ouro”. Outro autor, Bartolomé Frias de Albornoz, cita do mesmo marquesado: “de ouro, com seis arruelas de prata cheias de veiros azuis, bordadura de vermelho com doze estrelas de ouro”. Outro ainda, Alfonso Guerra de Sandoval as desenha assim: “de ouro, com seis arruelas de azul e em cada uma, duas faixas de veiros de prata; bordadura de vermelho, com castelos de ouro sem conta”. Outro ainda, Diego de Soto y Aguilar afirma ser “um escudo de prata, com cinco bocais de poço de vermelho”.

Mas o mais famoso dos heraldistas, o internacional Arturo García Carrafa condensou todas as variantes da seguinte forma tríplice retro referida: 


1- O solar do Vale de Camargo usava: de Ouro com quatro bocais de poço de negro e bordadura de vermelho com oito castelos de ouro. 
2- O ramo da Estremadura usava: de ouro com cinco caldeiros de negro postos em Sautor; bordadura de vermelho com oito castelos de ouro. 
3- A casa de Santillana Del Mar usava: de ouro, com seis arruelas ornada (recheada) de veiros (ondeados, arredondados) de azul e prata; bordadura de goles (vermelho) carregada com dez castelos de ouro. 

No listel do brasão de armas ancestral dos Camargo, de 30/11/1227 (Retomada de Baeza, no dia de Santo André), se lê o lema: "Veritas Victrix" ou Verdade Vencedora - que é Jesus Cristo, não deixando nenhumas dúvidas quanto às suas origens pasiegas fidalgas e cristãs-velhas de longa data!

Alto-relevo em Ouro e Prata sobre painel de madeira, obra do talentoso heraldista alemão Herbert Göherer radicado no Brasil nas décadas de sessenta e setenta e membro do antigo IGB de Salvador de Moya. Blasonando: “De ouro com cinco caldeiros de negro postos em Sautor; bordadura de goles, carregada com oito aspas de ouro”Lema Latino do Listel: 
VERITAS VICTRIX, Verdade Vencedora "Eu Sou O Caminho, A Verdade, A vida" João 14-6 - "Eu Venci o Mundo" João 16:33.

Acima: Este é um antigo Escudo de um cavaleiro Camargo, enobrecido pelas peças honrosas das “Aspas” ou Cruz de Santander em forma de X na bordadura vermelha, comemorativa da retomada aos mouros da cidade de Baeza, Espanha, em 29 ou 30/11/1227, dia de Santo André, marca exclusiva dos trezentos campeões participantes daquela batalha.
(Nota: O posicionamento dos caldeiros negros em sautor ou aspa (X), já antecipam a antroponímia Santanderiana do mártir padroeiro na família Camargo. Os caldeiros em sautor são também as mesmas armas conservadas no escudo dos Camargos de Plasência, Estremadura. Talvez seja essa a forma original que recebeu posteriormente o acréscimo das aspas na bordadura do escudo. O escudo fica, portanto, duplamente estigmatizado pelo mesmo signo da cruz em X ou Sautor - [Crux Decussata, Cruz de Borgonha], significando humildade, dor e sofrimento. O caráter cristão-velho do cavaleiro acima fica ainda mais reforçado pela cruz latina de ouro ostentada em seu pescoço.
*A nobreza cristã assumiu o conceito e o juramento de dez pontos da antiga Cavalaria medieval, que se resumem nestes três: 1) Servir a Deus; 2) Servir à pátria; 3) Servir aos mais fracos; daí o termo [cavalheirismo], pouco em voga na atual vulgaridade "democrática" oriunda da revolução da ralé "francesa", que denegriu a sociedade brasileira.
A Retomada de Sevilha
Outro colaborador de grupo de genealogia espanhol nos escreveu: “De los Camargo diré que no se debe olvidar a quien reconquistó Sevilla en 1248 que también era del linaje: Ramón Bonifaz y CAMARGO”. (A mãe dele era Camargo).

Almirante D. Ramón de Bonifaz y Camargo, criador da armada espanhola

(Veja artigo completo em nosso outro link dedicado a D. Ramón de Bonifaz y Camargo Libertador de Sevilha, neste mesmo blogue).
Os Camargo de Plasência, Estremadura 
Existe no claustro da catedral de Plasência, Cáceres, Estremadura, gravado na sepultura de D. Diego Ruiz de Camargo, um escudo com cinco caldeiros e oito aspas (cruz em X de Santander) em lugar de castelos, armas privativas dos cavaleiros que tomaram parte da retomada de Baeza em 31/11/1227, mais antigo, portanto. (Mas acreditamos que o escudo Camargo seja ainda muito mais antigo, remontando ao período godo ou anterior). Ele está também gravado no alto da porta do mosteiro de Santa Clara, na mesma cidade, figurando como armas de D. Alffonso Ruiz de Camargo, fundador do dito mosteiro e irmão de D. Diego, que morreu em 1477.





Portal da Catedral de Santa Clara, na cidade de Plasência, Estremadura, Espanha, antigo mosteiro fundado por D. Afonso Ruiz de Camargo, ostentando o antigo escudo com os cinco caldeiros negros originais, acrescido de outro três em chefe, e mais dois na ponta do escudo, totalizando dez mais oito aspas da retomada de Baeza em 1227. Esse acréscimo de + cinco caldeiros talvez fosse um upgrade de novos ramos familiares de bandeirantes potentados, pois cada caldeiro representa um Barão ou Marquês, capazes de abandeirar e alimentar exércitos de defesa territorial. Eram chamados de "ricos-homens de pendão e caldeira" (o pendão é aquela pequena flâmula emblemática na ponta da lança, significando autoridade de abandeiramento - figura do cavaleiro D. Alfonso de Camargo no alto da página). 
Os Camargos nas Américas
“Entre os Camargo existiram muitos guerreiros de renome e altos dignitários da administração real – mas onde mais se destacaram foi na conquista do solo americano: Foi um Camargo companheiro de Alfonso Álvares Piñeda, que perece na conquista de Panuco, no México; outro Camargo governador da Jamaica que deixou uma história da Traxcala; outro acolá, alcaide da fortaleza de Vilcabamba resistindo aos Incas rebeldes; outro companheiro de jornada de Cabeça de Vaca, que morre assassinado por Domingos Martinez de Irala".

Este ramo Ruiz de Camargo da Estremadura teria vindo de Bureba, outra vila da Província de Burgos, com Gonçalo Ruiz de Camargo. Na mesma província permaneceu a raiz deste galho, com Francisco Ruiz de Camargo morador de Roa, que no século XVI (1546) fazia constar a sentença de suas armas: “de ouro, com seis arruelas postas duas, duas e duas e formadas por duas faixas de veiros azuis e prata (ondeados); bordadura de vermelho carregada com dez castelos de ouro, com redondel de azul no centro, postos três em chefe, seis nos flancos e um em ponta”.

Camargos da Casa de Ágreda, Sória.
Esta é outra antiga linhagem de fidalgos e nobres titulados que nos oferece o antigo historiador dos solares montanheses setentrionais da Ibéria espanhola, Mateo Escagedo Salmón, que cita em sua obra "Solares Montañeses", a "Casa de Camargo em Ágreda, Sória, originária do Vale de Camargo", de autor original mais antigo ainda, Alventós, em sua "História do Colégio Velho de São Bartolomé de Salamanca", pg. 106. Ali está assinalada esta interessante linhagem de D. Juán de Camargo y Angulo:

N.o 1) Don Blasco de Camargo, o primeiro que se estabeleceu em Ágreda proveniente do Vale de Camargo (Santander), c.c. com Dona Catalina Aceves. Tiveram o filho:

N° 2) Don Juan Gutiérrez de Camargo c.c. com Dona Maria de Barrionuevo, teve o filho:

N° 3) Don Blas Gutierrez de Camargo c.c. com Dona Catalina Malo.

N° 4) Don Juan Gutiérrez de Camargo, c.c. Dona Maria González Del Río, teve o filho:

N° 5) Don Juan Gutiérrez de Camargo, c.c. Dona Catalina Malo (homónima?) teve o filho:

N° 6) Don Gil Gutiérrez de Camargo, c.c. Dona Isabel de Fuente Mayor, teve:

N° 7) Don Jerónimo de Camargo, Ouvidor de Valadolid, c.c. Dona Francisca Castejón, e teve o filho: ascendência do colegial* D. Juán de Camargo y Ângulo (N° 10):

N° 8) Don Miguel de Camargo, Comendador da Ordem de Santiago, c.c. Dona Juliana Pasquier, teve:

N° 9) Don José Antonio de Camargo y Pasquier, Conde de Vilarrea, Barão de Castejar, n. em Ágreda, c.c. dona Maria Teresa Ângulo y Rada, n. em Cervera, teve o filho:

N° 10) Don Juan de Camargo y Angulo, colegial mor de S. Bartolomé de Salamanca, tendo ingressado em 10 de Fevereiro de 1685; Bispo de Pamplona, Comissário Geral da Cruzada, Supervisor-Geral da Inquisição, Conselheiro de Estado; morreu em Madrid em 24 de Maio de 1733. Foi irmão de Dom José Agustín de Camargo, Colegial mor de S. Bartolomé, Presidente da Chancelaria de Valadolid, dos Conselhos de Castela, em quem teve continuidade esta interessante linhagem.
Garci de Camargo, Armorial da Cavalaria de Santiago acima, à esquerda, cabelos ruivos, seria herança genética goda?
Ainda desta casa de Camargo em Ágreda, foram os Cavaleiros de Santiago Don Alonso de Camargo y Castejón, que descendia também da casa de Castejón em Muriedas; Don Juan Miguel de Camargo y Castejón, Don Luis de Camargo y González de Legarda, Don Isidoro de Camargo y de Guzmán de La Paz, colegial* mor do Arcebispado de Salamanca, do Conselho de S.M.; Alcaide de Casa e Corte do Conselho Geral das Ordens. Don José de Camargo Pasquier, Don Francisco de Camargo y Paz, do Conselho de S.M. em Castela e Índias, Superintendente Geral da Justiça Militar em Flandres. Don Juan Bautista Vandehen, Comissário Geral de Cavalaria no Estado de Flandres (hoje Bélgica). Da Ordem de Calatrava: Don Antonio Benedicto, Don Francisco Cayetano e Don Ignacio Manuel Camargo y Benavides de Abalos y de Quessada.
*Um colegial era um estudante de quem se exigia, para ingressar num colégio, uma demonstração de limpeza de sangue ou fidalguia, pelo quê tinham de creditar extensa documentação genealógica demonstrativa de tal fidalguia, como a retro apresentada. Estas documentações frequentemente ainda se conservam em arquivos oficiais, em muitos casos.
2-Os Camargo da Espanha
"Os Camargo mais antigos são originários do Vale de Camargo, na Baía de Santander, Cantábria, mas estavam estabelecidos em Burgos, Castrogeriz, Roa, Bureba desde pelo menos o século XIV, pois o Cavaleiro Alffonso García de Camargo (figura do topo) já estava estabelecido em Burgos em 1335 (um dos prováveis fundadores da Ordem de Santiago em 1338). No Armorial Equestre da Confraria de Santiago de Burgos, um dos mais antigos e bem conservados do mundo, são retratados sete cavaleiros Camargo com seus cavalos, arreios e escudos heráldicos".

Horto Del Rey - Residência de Nobres
Na primeira lista de cavaleiros, que viveram até 1340, constam vários Camargo, que viviam no burgo ou "Cal", chamado "Horto del Rey", residência de nobres. São os seguintes: Pero García de Camargo* prefeito; Alfón García, seu irmão; Ferrant García, filho de Ferrán García de Camargo; Iohan García, filho de García Pérez de Camargo; Iohan Ruiz de Camargo; Pero García de Camargo, "el mozo"; Alffón García de Camargo, "el mozo".
D. Juán de Camargo*, Cavaleiro de Santiago
(*note-se a provável influência Goda de Juán, pelos seus longos e louros cabelos presos em "rabo-de-cavalo"; acima, à esquerda).
A nossa colega Emma investigadora da Espanha, nos informou: “A oligarquia urbana de Burgos foi diferente** do resto da Espanha. Foi formada de mercadores ricos e altos burgueses, no mesmo estilo holandês e Inglês (com quem mantinham estreito relacionamento de negócios e parentescos ). Essa oligarquia urbana possuía terras fora da cidade e na lista constam vários Camargo".

- Pedro Fernández de Camargo, propriedades em 1.396, 1.400 em Villalbilla.

- Juan García de Camargo, em Burgos e Cayuela em 1.402, e em Burgos em 1.426 e 1.431.

- Juan González de Camargo Proprietário em Arcos em 1.413

- Alfonso García de Camargo propriedades en Albillos em 1.478

 - Juan de Camargo** proprietário em Atapuerca 1.512 “.

Colaboração da colega genealogista da Espanha Maria Emma Escobar Uribe
**O último da lista, Juán de Camargo, comparece como beneficiário no testamento do seu cunhado Francisco de La Maça (encontrado num arquivo morto de Bruges, recentemente revelado), a qual reproduzimos abaixo, numa constatação do alto nível de espiritualidade cristã desses nobres, o quê demonstra a superioridade da nobreza sobre os políticos "democráticos" e ateus vulgares da atualidade. Que falta nos faz a nobreza! País que se preza tem Deus, Rei, Nobreza... Soberania!
Flandres, Bugres - Atual Bélgica
Resumo do Testamento de Francisco de la Maça c.c. Bárbara de Camargo Van Der Baerze, natural de Caraza 1517-1560 em Bruges, Flandres, atual Bélgica, genro de Juan de Camargo, último da relação anterior acima:
"En el nombre de la santísima Trinidad padre e hijo y espiritu santo, un solo Dios verdadero.... yo Françisco dela Maça fijo lejitimo (diz que são os seus últimos desejos testamentários)...(recomenda que seus parentes afins Camargo sejam enterrados com a mesma honra da sua família na capela que mandou construir) " ...ansi mismo quiero y mando que mi cuerpo y el de mi muger sean trasladados y llevados y enterrados en la dicha capilla de la dicha yglesia que yo mando hazer y lo que arriba digo del enterramiento de mis parientes quiero se entienda ansi mesmo de los parientes de mi muger que sea en gloria ni mas ni menos y en el mesmo grado de los mios... "  
"... digo y quiero que despues de cumplido ste mi testamento y todo lo que nest se contiene muy por entero sin faltar nada suceda en todos mis bienes y mayorazgo (primogenitura, morgadio) ansi muebles como rrcazes abidos y por haber como quiera que ami por derecho pertenecieran a mi hija legitima y de mi mujer que mio Señor perdone Barbara de Camargo (sua falecida esposa) que se llama Juana de la Maça (a filha) ala qual instituyo y ago heredera unibersal de mi mayorazgo (morgadio) de las Casas dela Maça y Hontaño y de todos los demas mis bienes para que los possea...

...asta que la dicha mi fija (filha) sea de competente hedad y si acontesiese quela dicha señora mi madre muriere antes que la dicha mi hija tenga tal hedad digo y es mi boluntad que la tenga y crie en su poder la señora mi hermana (em Cristo) y cuñada Josina de Camargo...
...Antes de firmar el dicho testamento mando y quiero se den al Señor Maestre Arnut mi tio treinta libras de gruesos y a la Señora Josina de Camargo mi cuñada y hermana otras treinta libras de gruesos y a Luís de Camargo y a [Juan de Camargo] mis hermano (em Cristo) y cuñados a cada uno beinte libras de gruesos...”
(O testador Francisco de la Maça (ou Mazza) foi pai de Juana de la Maça que posteriormente se casou com... Fulano Van Medereke. Francisco era c. c/ Bárbara de Camargo Van Den Baerze. Bárbara de Camargo era filha de Juan de Camargo y Barbe van den Baerze, esta irmã de Arnoult Van Den Baerze (nascidos por volta de 1475), ou "tío Arnoult" (como a ele se refere Francisco), o qual era Grão Mestre de uma determinada Ordem Militar, homem então regionalmente afamado.

"Salas de Hidalgos" - Uma audiência de justificação de nobreza na Espanha.
"Na Real Executoria de Fidalguia (equivalente à Comissão de Justificação de Nobreza portuguesa) que obteve Diego de Montoya (Camargo) em 31 de Maio de 1498 na Chancelaria da Cidade Real, e apresentada no “ajuntamento“ ou câmara municipal de dita cidade em 14 de Julho de 1498...("existem duas cópias ou translado dela, decoradas com pinturas maravilhosas, uma de 1565 muito desgastada e a outra (perfeita) de 1668, em poder de um particular da Espanha"). 


Nela se nomeiam a um Alonso de Camargo, Cavaleiro de Santiago e da Real Orden de La Banda, não sei exatamente de onde procedia. Esse Senhor teria nascido no final de 1300, aproximadamente":

Pai de: Gonzalo de Camargo, Caballero de la Real Orden de la Banda, casado com Elvira González de Villegas. Não sei de onde procediam. 

Estes pais de: Alonso González de Camargo, Cavaleiro da Real Orden de la Espuela Dorada, casado com Maria González de Ceballos. Já vivia na Cidade Real. 

Pais de: Outro Alonso González de Camargo, Cavaleiro da Real Orden de la Banda, casado com Leonor de Montoya. Vivia en Cidade Real.

Pai de: Diego de Montoya - (aqui seu filho perde o apelido Camargo) -, casado com Mencía González Medrano

Em sua justificação de fidalguia, diz uma das testemunhas que o avô de Diego de Montoya, Alonso Gonzalez de Camargo, era chamado de "Cavaleiro" e que havia sido prefeito e aguazil na Cidade Real, onde tinham sua casa e assento na "colação" de Santa Maria.

Outra testemunha disse que ele "tinha a vara da Justiça em dita cidade, que não sabia se fora a de prefeito ou de aguazil, e que viera a ser o maiordomo de dita cidade, cujos ofícios (sabia essa testemunha), não os davam às pessoas que não fossem fidalgas”.


Outra testemunha disse ainda que esse Alonso "se havia armado Cavaleiro somado à sua pré-existente fidalguia, na guerra contra os mouros, onde andava a serviço do rei D. Juan de gloriosa memória, e que, público e notório fora na dita cidade, que ademais de ser cavaleiro, fora também fidalgo". Expede-se o certificado de nobreza.

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Os Camargos de Plasência, Estremadura
Por Francisco de Assis Carvalho Franco, publicado na Revista Genealógica Brasileira #7, 241 - 1943, do extinto IGB do Cel. Salvador de Moya, que Deus o tenha.
BRASÃO CAMARGO, RAMO DA ESTREMADURA
Blasonando: “De ouro, com cinco caldeiros de negro postos em sautor; bordadura de goles com oito castelos de ouro”.
Assim começa o erudito Dr. Carvalho Franco: "Em nosso trabalho sobre "Os Camargos de São Paulo", editado pela Editora Spes, São Paulo, 1937, à página 11, escrevemos que nenhum tratado genealógico espanhol, impresso, contém o título de Camargo. Os dados que obtivemos sobre D. Francisco de Camargo, parente de D. Francisco Alfonso de Camargo, o navegante, de cuja família provinha Jusepe Ortiz de Camargo, tronco desse apelido em S. Paulo, dissemos também que os havíamos obtido de um manuscrito do século XVIII, intitulado “Camargos de Plasencia”, existente no arquivo catedralício daquela cidade, atribuído a D. Gonçalo Inácio Baraona, que a nosso pedido foi copiado pelo saudoso reverendo Gabriel Lorente, antigo professor do Colégio dos Marianos de Plasência."

"A repetir aqui o que já escrevemos, isto é, que Jusepe Ortiz de Camargo era natural de Castrogeriz, em Castela Velha de onde procediam os ramos dos Camar­gos de Sevilha e de Plasência."


"Achamos extraordinário* que nenhum genealogista espanhol ­cuidasse de escrever o título desta família, bastante numerosa e ilustre naquele país. Carrafa, no seu "Dicionário de Apelidos", cita as provas de fidalguia dos Camargos de Castrogeriz, Santillana, Roa, Ágreda, Pozal de Galinas e Pla­sência desenhando suas quatro variedades de armas, que já reproduzimos no nosso livro citado. Basanta de La Riva, no seu "Catalogo de Hijosdalgo", cita 21 cartas de fidalguia, concedidas a personalidades desse apelido (I, 203) e num apêndice, enumera mais quatro (IV, 183 e 285) sendo que no nome de Francisco Ruiz de Camargo, morador em Roa, filho de Francisco de Camargo e de Isabel de Tapia, diz que obteve carta de nobreza dada em Valhadolid, a 27 de novembro de 1546, com o escudo d'armas que aqui reproduzimos, armas que também pertenciam aos Camargos de Castrogeriz, na província de Burgos de onde era natural, como já mencionamos, Jusepe Ortiz de Camargo".
*Cremos que o seu próprio texto explica sua dúvida: os genealogistas do Século XX não viram necessidade em repetir essas linhagens, uma vez que os antigos já o tinham feito, como os acima mencionados Baraona, Basanta de La Riva e Arturo Carrafa, este mais atual.
Brasão Camargo de Castrogeriz transferido aos Camargos Paulistanos

Cavaleiro da Ordem de Santiago de Burgos, D. Pedro García de Camargo, O Moço
"Na questão das armas dos Camargos, (continua ele) ficamos um tanto desnorteados, como também ali já mencionamos. Reproduzimos na dita obra, uma gravura do livro dos Cavaleiros de Santiago, referente aos séculos XIV e XV e existente na Câmara Municipal da cidade de Burgos (hoje arquivado na biblioteca da catedral). Aqui damos outra, havida da mesma fonte e que diz respeito a Pedro Garcia de Camargo, o moço. As armas apresentam o mesmo motivo das arruelas veiradas".
 
"No entanto, sobre a porta da igreja de Santa Clara, em Plasência - que fica na província de Cáceres - vê-se esculpido o escudo de Afonso Ruiz de Camargo, que se afasta dos demais da mesma procedência. Assim é que esmalta as armas dos Camargos da Estremadura (com acréscimo visível na foto, de mais três caldeiros em chefe e mais dois na ponta do escudo, perfazendo um total de dez), com a diferença de que em lugar de dez castelos de ouro na bordadura, apresenta oito aspas ou cruzes de Santo André. Reproduzimos aqui essa gravura que fizemos grafar especialmente para nossa citada obra, onde se acha à página 85, mas que por artes mágicas do compositor, saiu de cabeça para baixo".
(N. do A. - Nós endireitamos a imagem!).
Portal da Catedral de Santa Clara, na cidade de Plasência, Província de Cáceres, Região da Estremadura na Espanha, mosteiro fundado por D. Afonso Ruiz de Camargo
A Nobilíssima e Impressionante Linhagem da Estremadura
"Vejamos agora o manuscrito de D. Gonzalo Baraona (dos arquivos locais) referente aos Camargos de Plasência, no século XVI:

Castelo de las Rojas, La Bureba, província de Burgos, Castilla-Leon,

I. - Gonzalo Ruiz* de Camargo, (ou Rodriguez) que é o primeiro desse sobrenome de que se tem notícia autêntica, foi natural de Bureba, em Castela Velha e viveu no tempo d'el-rei D. Afonso II e do rei D. Pedro e morreu no ano de 1362. Casou com D. Maria López e teve:
*El apellido Ruiz se origina en la España medieval. Es un patronímico en toda regla proveniente del nombre germánico Rodrigo (Hrōþ-rīks) (ou Ruy?) cuyo significado es "Aquel que es rico en gloria y dinero", como 'Loud+Rich' en inglés. Su grafía en la España de la alta y media Edad Media fue Ruy o Rui, de donde viene "Ruiz" ("hijo de" Ruy). (Pode outrossim, ter origem no apelido Rodriguez, originário de D. Rodrigo Díaz de Bivar, El Cid Campeador).
II. - Juán Ruiz de Camargo que alcançou quatro reinados: o do rei ....... e do rei Henrique II e os de D. João I e D. Henrique III. Serviu ao rei D. Henrique II na guerra que disputou contra Navarra, no ano de 1377 e ao rei D. João I e ao rei D. Henrique III nas que tiveram contra Portugal, nos anos de 1385 e 1397. Casou­-se com Dª Inêz Fernandez, filha de Sebastião Peres e teve:

III. - Juán Ruiz de Camargo (El Mozo). Serviu ao rei D. João II na tomada de Zahara quando, no mesmo ano, o infante de Antequera intentou tomar a Setenil e depois, contra os reis de Aragão e de Navarra, seus primos. Casou-se com Dª Catharina Fernandez de Prado filha de Martin Fernandez e teve os dez filhos seguintes:

IV. - Martin de Camargo.


V. - Gonzalo de Camargo, em cuja sucessão continua este ramo.

VI. - Afonso Ruiz de Camargo. Outorgou seu testamento em 27 de novembro de 1475, tendo feito um codicilo a 17 de Fevereiro de 1477. Foi casado duas vezes: a primeira com Dª Sevilla López de Carvajal, filha de Diogo Rodrigues de Carvajal, primo-irmão de Garcilopes de Carvajal, senhor de Torrejón, do conselho d'el-rei D. João II; segunda vez casou-se com Dª Beatriz de Monroy, filha de Fernando de Monroy, senhor de Monroy e de sua mulher Dª Mencia Gonçalves de Carvajal, sua primeira mulher. Afonso Ruiz de Camargo não teve filhos desses dois casamentos. Fundou o mosteiro de Santa Clara de Plasência, com monjas daquela Ordem e cujo patronato se conservou na casa dos Camargos.

VII- Juán Ruiz de Camargo. Foi mestre-escola da Santa Igreja de Salamanca. Faleceu com testamento escrito com três codicilos em 24 de julho de 1477.

VIII. - Diego Ruiz de Camargo
. Foi bacharel em direito e administrador do estudo em Salamanca.

IX. - Pedro de Camargo. Foi cônego em Salamanca.

X. - Fernando de Camargo.

XI. -Maria Ruiz de Camargo. Casou-se com Lopo Furtado de Mendonça.

XII. - Inêz Fernandez. Casou-se com Afonso Árias.

XIII. - Teresa Ruiz de Camargo.
Martin Ruiz de Camargo, primogênito do n.o III, serviu aos reis D. João II, D. Henrique IV e D. Fernando, o Católico e casou-se com Dª Sarra de Carvajal, filha de Luiz de Trejo, senhor de Grimaldo e de Dª Sevilla Lopes de Carvajal, sua segunda mulher, tendo falecido com testamento escrito a 13 de março de 1480. Teve os dois filhos:
XIV. - Juán Ruiz de Camargo.

XV. - Martin Ruiz de Camargo, que fez seu testamento a 2 de Agosto de 1527 e casou-se com Dª Mencia Rodrigues de Jerez, filha do protonatário D. Diogo de Jerez, deão de Plasência e não teve geração. Fundou um morgado de todos seus bens, conjuntamente com todos os que tinha na Estremadura Francisco de Vargas, com autorização deste, em 19 de março de 1523, doando-o a Francisco de Camargo, filho terceiro do dito Francisco de Vargas e de sua mulher  Inês de Carvajal, que era sua sobrinha, filha da sua prima-irmã Dª Catharina de Camargo e de Guterre de Carvajal, seu marido, como adiante se verá. Morreu a 2 de agosto de 1527 em Plasência e está enterrado no convento de Santa Clara.
Gonzalo de Camargo, filho segundo do n.o III, casou-se com Dª Mencia Gon­çalves de Carvajal, filha de Diogo Gonçalves de Carvajal e de Catharina Gonçalves de Orleans, sua primeira mulher. Teve a filha:
XVI. - Catharina de Camargo, que casou-se com Guterre de Carvajal, seu primo segundo, filho de Garcilopez de Carvajal, senhor de Torrejón, do conselho d'eI-rei D. João II e de d.ª Beatriz Gonçalves de Trejo, sua mulher. Foi Guterre de Car­vajal cavaleiro da Casa Real que corresponde agora ao que se denomina “gentil-homem da boca”. Fundaram ele e sua mulher Dª Catharina em favor de seu filho primogênito Gonzalo de Carvajal, um morgado (maiorazgo) a 2 de setembro de 1489, que é o morgado que em Plasência se chama comumente “dos Carvajais de Santa Clara”, porque suas moradias são vizinhas do mosteiro daquele mesmo nome. O casal teve os sete filhos seguintes:

XVII. - Gonzalo de Carvajal, primogênito e de quem adiante se tratará.

XVIII. - Francisco de Carvajal, abade de Husilos, fundador de dois mercados de trigo, um em Plasência e outro em Malpartida, ambos com grande renome.

XIX.- Garcilopez de Carvajal. Foi arcedíago de Plasência.

XX. - Maria de Carvajal, apelidada a "seca". Casou-se com Gonzalo de Sa­lazar e da sua geração se tratará adiante,

XXI. - Beatriz de Carvajal, casou-se com Cristovan Pizarro e teve geração que se mencionará adiante.

XXII. - Inêz de Carvajal.
Casou-se com D. Francisco de Vargas, cuja su­cessão se continua e se antepõe às de seu irmão e irmãs, porque nela se conservou a casa dos Camargos que é a razão de ser do presente título.


XXIII. – Francisca de Carvajal. Casou-se com Afonso Pizarro, indo a geração adiante.
Inêz de Carvajal, nº XXII acima, casou-se como se disse, com Francisco de Vargas, filho segundo de Diogo de Vargas e de sua mulher Dª Maria de Medina. Foi o ministro de maior renome havido em Castela, assim no tempo do rei Católico como no do seu neto o imperador Carlos V. Teve grandes cargos e ofícios. Originou, pelo seu talento de conselheiro, o provérbio: "Averigue-o Vargas", que se costuma dizer nas ocasiões em que se oferece dúvida sobre algum assunto importante. Foi do conselho real e contador mor do reino; exerceu o cargo de alcaide de Trujillo e de Marbela e edificou a capela de seus pais em São Francisco de Madrid, a primeira do lado do Evangelho, no ano de 1510. Começou aquela que chamam “do Bispo”, porque o bispo D. Guterrez, seu filho, a terminou e dotou. Fundou dois morgados, instituindo um em seu filho primogênito Diogo de Vargas e o outro em seu filho terceiro Francisco de Camargo. Nos últimos anos da sua vida serviu ao imperador Carlos V, nas Comunidades que houve no império, ocasião em que escreveu o condestável Dom Iñigo Fernandez de Velasco ao imperador, dando-lhe conta da sua lealdade e grandes qualidades com as seguintes palavras: "Francisco de Vargas veio aqui ontem. Tendo-o comigo penso ter tudo e o que for meu será dele". Morreu Fran­cisco de Vargas no ano de 1524 e jaz na capela do Bispo, conjuntamente com sua mulher que já havia falecido em 1518. O casal gerou os dez filhos seguintes:
XXIV. - Diogo de Vargas, primogênito.

XXV. - Guterre de Carvajal, bispo de Plasência.

XXVI. - Francisco de Camargo.

XXVII. - Fernando de Camargo. Faleceu sem sucessão.

XXVIII. - Juán de Vargas, casou-se com D.a Inêz de Camargo, sua sobrinha, como adiante se verá.

XXIX. - Catharina de Vargas, dama da casa da rainha Católica, casou-se com D. Antônio de Mendoza, vice-rei da Nova Espanha, em 1535 e depois do Peru, em 1550. Faleceu em Málaga em 1563, e deste casamento se dará adiante notícia.

XXX.- Leonor de Vargas, casou-se com D. Carlos de Guevara, filho de Beltrão de Guevara, senhor de Morata e de sua mulher Dª Ana de Guevara, senhora de Monteagudo e Zeutí. Faleceu D. Carlos em vida de seu pai e não deixou sucessão.

XXXI. - Maria de Vargas, casou-se com D. Antonio de Monroy, seu primo segundo, filho de Fabiano de Monroy, senhor de Monroy e de sua mulher D.a Francisca de la Peña y Saavedra. Não deixaram geração.

XXXII. - Mayoor de Vargas, casou-se com Pedro Gonçalves Gaitán. Sem sucessão.

XXXIII. - Francisca de Camargo, foi monja.
Francisco de Camargo, nº XXVI acima, herdou o morgado que Francisco de Vargas seu pai e Martin Ruiz de Camargo, nº XV; seu tio e primo-irmão de sua avó materna Dª Catharina de Camargo, haviam fundado para esse fim. Foi gentil-homem da boca do imperador Carlos V, ao qual serviu e acompanhou na Alemanha e nas demais partes em que andou. Casou-se com Dª Maria de Sotomayor, viúva de Garcirodriguez de Escobar, filha de Guterre de Sotomayor e de sua primeira mulher Dª Maria de Campos. Francisco de Camargo fez dois testamentos, um a 5 de abril de 1540 e o outro a 13 de setembro de 1546. Faleceu a 1 de novembro de 1546, em Madrid e foi enterrado na igreja de São Francisco, na capela de seus avós. Teve os três filhos: 
XXIV. - Francisco de Camargo, que sucedeu a casa de seu pai e faleceu a 7 de maio de 1549, solteiro.

XXXV. - Inêz de Camargo.

XXXVI. - Mariana de Sotomayor. Foi monja em Santa Catarina de Sena de Valladolid e de tão raras virtudes e exemplos que se a encontra na história de São Domingos, parte 3.a, livro 3.°, capítulo 46, fls. 302, col. 2, onde o impressor errou, chamando-a “Marina”.
Inêz de Camargo, n.º XXXV acima, sucedeu a casa por morte de seu irmão. Casou-se com Juán de Vargas, seu tio, irmão do n.o XXVI e n.o XXVIII deste título e ambos compraram do rei Felipe II, no ano de 1559, as vilas de Oliva e Plasenzuela. Faleceu no ano de 1587, tendo escrito o seu testamento em 20 de abril de 1581 e feito um codicilo a 23 de outubro de 1587, quando morreu. Foi Juán de Vargas ouvidor de Valladolid e regente do supremo Conselho de Itália e nesse cargo foi por ordem de Felipe II a Flandres com o duque de Alba, D. Fernando Álvarez de Toledo, para assistir-lhe no que se oferecesse e ali foi presidente das confiscações dos rebeldes e serviu a Sua Majestade até o ano de 1574, em que voltou para a Espanha. Faleceu em Oliva e foi sepultado na igreja de São Braz, daquela vila. Teve do seu casamento os quatro seguintes filhos:
XXXVII. - Luiz de Camargo. Nasceu a 25 de Agosto de 1551. Não sucedeu a casa por morrer em vida de sua mãe, a 15 de maio de 1577. Casou-se com Dª Maria de Lacerda, mulher que havia sido de Juán de Vilalva, filha de Vasco Por­calo de Lacerda e de D.a Izabel de Moscoso. Sem sucessão.

XXXVIII. - Francisco de Camargo y Vargas. Nasceu a 13 de abril de 1553. Foi arcedíago de Sepúlveda na Santa Igreja de Segovia, abade e senhor de Husilos, na Santa Igreja de Palencia e senhor da Oliva e Plasenzuela, por morte de sua mãe. Faleceu no ano de 1595. 

XXXIX. - Miguel de Vargas y Camargo, senhor de Oliva e Plasenzuela.

XL. - Juán de Vargas y Camargo. Nasceu a 21 de fevereiro de 1556. Morreu moço e foi enterrado no Capítulo de São Paulo de Valladolid.
Miguel de Vargas y Camargo, n.o XXXIX acima, nasceu em Valladolid a 8 de maio de 1557, foi senhor de Oliva e Plasenzuela, cuja casa herdou por morte de seu irmão Francisco. Foi comendador de Castileja de la Cuesta, da Ordem de Santiago. Faleceu no ano de 1611 e casou-se duas vezes: a primeira com Dª Francisca de Carvajal, filha de Juán de Vargas Carvajal e de sua mulher Dª Francisca de Carvajal, não havendo filhos deste casamento. Segunda vez casou-se com Dª Alvira de Trejo, que morreu em Oliva a 11 de abril de 1631, filha de D. Luiz Ber­mudes de Trejo, senhor de Grimaldo e de sua mulher Dª Elvira de Carvajal. Teve desse casamento a filha:
XLI. - Inêz de Camargo y Vargas, marquesa de Siete Iglesias e condessa de Oliva, filha única que foi batizada em San Pedro de Plasência a 19 de julho de 1586.
Diogo de Vargas, nº XXIV retro, outorgou seu testamento a 6 de outubro de 1542. Herdou o morgado fundado por seu pai Francisco de Vargas, foi cavaleiro da Ordem de Santiago e casou-se com Dª Ana de Cabrera, filha de João de Cabrera, conhecido pela alcunha de "Bastardo" e de sua primeira mulher, a senhora de Morata. O casal teve o filho único:
XLII. - Fradique de Vargas, cavaleiro do hábito de Santiago e primeiro pa­trono da capela chamada do Bispo em Madrid, construída por D. Guterre de Car­vajal, bispo de Plasência, filho segundo do dito Francisco de Vargas e irmão de Diogo de Vargas supra, em cuja linha se conservou o patronato da dita capela. Casou-se Fradique de Vargas com Dª Antonia Manrique de Valencia, senhora de Vilatoquite, filha do marechal D. Jorge de Manrique, senhor de Vilatoquite e de sua mulher Dª Leonor de Zuñiga. O casal gerou os seguintes cinco filhos:

XLIII - N. de Vargas y Valencia, que faleceu moço.

XLIV. - Francisco de Vargas Manrique de Valencia. 

XLV. - Jorge Manrique.

XLVI - Diogo de Vargas, que morreu no Posto de capitão do forte de Tunis.

XLVII. - Guterrez de Vargas Manrique,
Francisco de Vargas Manrique de Valencia, n.o XLIV acima, senhor de Vilato­quite, foi cavaleiro da Ordem de Alcântara e serviu nas galeras da Espanha. Achou-se no socorro de Malta com D. João de Cardona, no ano de 1565 - e tão valorosamente combateu, que a Ordem de San Juán instituiu que todos os da sua linhagem não pagassem jóia para nela ingressar. Também serviu na guerra de Granada, como capitão da gente de Madrid. Casou-se três vezes: a primeira com Dª Maria de Gusmán, filha de D. Gonzalo Franco de Gusmán, senhor de Prejamo e Villafuerte e Olmilhos e de sua segunda mulher Dª Marina de Porres, não tendo filhos desse primeiro casamento. Segunda vez casou-se com Dª Beatriz de Gusmán, filha de D. Juán de Bracamonte, senhor de Peñaranda e de sua mulher Dª Ana D'Ávila. Terceira vez, casou-se com Dª Francisca Chacón, filha de Dº Francisco Chacón, senhor de Ca­sarubios e de sua mulher Dª Aldonsa de Ayala. Teve do segundo casamento o filho:
XLVIII. - Fradique de Vargas Manrique de Valencia, que morreu menino. Do terceiro casamento teve os seguintes quatro filhos:

XLIX. - Fradique de Vargas Manrique de Valencia, primeiro marquês de São Vicente, Senhor de Vilatoquite.

L. - Vicente Chacón, que morreu moço.

LI. - Antonia Manrique; Casou-se com D. Pedro Fernandes de Vilaroel, se­nhor de Vilabindos.

LII. - Aldonsa de Ayala, monja em São Domingos o Real, em Madrid.
D. Guterre de Carvajal, nº XXV retro; foi abade de Santa Leocádia, na Santa Igreja de Toledo e abade comendatário de São João de Corias, mosteiro da Ordem de São Bento no principado de Astúrias e bispo de Plasência por regresso e renúncia do cardeal D. Bernardino de Carvajal, seu tio, tendo então a idade de dezoito anos. Governou com muita justiça o seu bispado e para sua execução teve letrados muito bem pagos. Dizia que no seu bispado o único clérigo ruim que se toleraria, seria ele mesmo. Acompanhou no ano de 1526 o corpo do rei Felipe I, quando por ordem do imperador D. Carlos, seu filho, foi trasladado de Santa Clara de Tordesilhas para a capela real da Santa Igreja de Granada. Achou-se no concilio de Trento, no ano de 1552, acompanhado de doutos letrados que ali levou e naquela cidade construiu umas ricas casas para que nelas se hospedassem os bispos de Plasência cada vez que ali tivessem de ir. Construiu no ano de 1555, o colégio de Santana da Companhia de Jesus em Plasência e no ano de 1556, reedificou a capela de Nossa Senhora e São João de Latrão em Madrid que por esse motivo ficou com a denominação de capela do Bispo. No convento de Nossa Senhora de Atocha mandou construir enormes dormitórios e o refeitório que é um dos maiores da província. Foi, como escreveu o padre Pedro Rivadeneira, mais cavaleiro que Sacerdote. Construiu ainda as igrejas de Casatejada, El Toril e Malpartida, onde ficaram esculpidas as suas armas. Morreu na sua vila de Jaraicejo a 27 de abril de 1559 e seu corpo foi transportado para a capela de Nossa Senhora e São João de Latrão de Madrid. Teve os dois filhos naturais seguintes:
LIII. - Francisco de Carvajal, que foi legitimado pelo rei e pelo papa, havido em N. de Mendoza, filha de D. Cado de Mendoza, deão de Toledo e de Catharina de Robledo.

LIV. - Catharina de Carvajal.
Francisco de Carvajal, n.o LIII acima, herdou o morgado fundado por seu pai, em 9 de fevereiro de 1559, em cuja parte entravam as sizas de Jaraicejo. Foi cavaleiro de prol, grande conhecedor da língua latina e o rei Felipe II o contemplou com a corregedoria de Leão, cargo em que veio a falecer. Casou-se com D.a Maria de Mendoza y Pacheco, filha de D. Juán Furtado de Mendoza, terceiro conde de Monteagudo e senhor de Almazán e de sua mulher a condessa D.a Luiza Fajardo. Tiveram desse casamento os seis filhos seguintes:
LV. - Guterre de Carvajal. Sucedeu ao pai no morgado. Casou-se com Dª Elvira de Monroy, senhora de Latajeña, filha de Gonzalo de Monroy, senhor de Latajeña e de sua mulher Inêz de Carvajal. Não deixou sucessão.

LVI. - Juán de Carvajal, foi monge da Ordem de São Bento.

LVII. - Francisco de Carvajal, que faleceu menino.

LVIII. - Afonso de Carvajal.

LIX. - Luiza de Carvajal. Nasceu em Jaraicejo a 2 de janeiro de 1566. Foi senhora de grandes virtudes que passou-se para a Inglaterra onde fundou o convento de Lovaina. Faleceu em Londres a 2 de fevereiro de 1614. Seu corpo repousa no real convento da Encarnação de Madrid.

LX. - Leonor de Vargas, monja em Santa Maria a Real, em Trujillo.
Afonso de Carvajal, n.o LVIII acima, herdou a casa e morgado de seu irmão Guterres. Foi cavaleiro da Ordem de Santiago e corregedor de São Clemente. Morreu em Valladolid em 1614. Casou-se com d.a Beatriz de Sotomayor, filha de Jusepe del Castillo, morador em Madrid e de sua mulher D.a Mariana de Sotomayor. Teve os três filhos seguintes:
 LXI. - Francisco de Carvajal.

LXII. - Ana Maria de Mendonça, que se casou em Guadalajara com D. Ber­nardino de Pie de Concha y Zuñiga, filho de Afonso de Pie de Concha e de D.a Isabel de Zuñiga, sua mulher.

LXIII. - Luiza de Carvajal, que casou-se com D. José de Olivares y Figueroa.
Catarina de Vargas, n.º XXIX retro, foi dama da rainha Católica D.a Isabel. Casou-se com D. Antônio de Mendoza, filho de lñigo Lopes de Mendoza, primeiro marquês de Mondéjar e de sua mulher a marquesa D.a Francisca Pacheco. Foi Dom An­tônio comendador de Socuéllamos na Ordem de Santiago e vice-rei da Nova Espanha e depois do Peru. O casal teve os três filhos seguintes:
LXIV. - Iñigo de Mendoza, comendador de Socuéllamos na Ordem de San­tiago. Faleceu de um arcabusaço recebido no assalto de São Quintino. Não se casou.

LXV. - Francisco de Mendoza, que foi general das galeras de Elpenha e go­vernador das minas de Guadalcanal. Casou-se com sua prima-irmã Catarina Mendoza, filha de Bernardino de Mendoza, general do mar e de sua mulher D.a Elvira Carrillo de Córdoba. Não deixou sucessão.

LXVI. - Francisca de Mendoza. Casou-se esta com Afonso Fernandes de Córdoba y Velasco, seu primo-segundo, filho do conde de Alcaudete, senhor de Montemayor e de sua mulher a condessa D.ª Leonor Pacheco. Nasceu em Tafalla, quando seu pai era vice-rei de Navarra, a 27 de agosto de 1512. Foi comendador de Vilanueva de la Fuente da Ordem D. Santiago, governador de Orán e vice-rei de Navarra, posto em que faleceu na cidade de Estela a 27 de fevereiro de 1565. Tiveram do seu casamento os nove filhos seguintes:

LXVII. - Martin.

LXVIII - Antônio

LXIX. – Afonso (?) Fernandez de Córdoba y Velasco; terceiro conde de Alcaudete, senhor de Montemayor, que faleceu solteiro com dezenove anos de idade.

LXX. - Francisco Fernandez de Córdoba y Velasco, quarto conde de 

LXXII. – Afonso (?) de Córdoba, faleceu menino.

LXXIII. - Leonor de Córdoba y Pacheco, que se casou com D. Francisco de Rojas, primeiro Conde de Mora, senhor de Lãyos e Castañar e de sua mulher D.- Ma­rina de Guevara. Não deixou sucessão.

LXXIV. Catharina de Córdoba, faleceu solteira.

LXXV. - Elvira de Cordoba. Casou com D. Diogo de Aguayo y Godoy, senhor de Vilaverde, filho de D. Rodrigo de Aguayo, quarto senhor de Vilaverde e de D.ª Maria Muniz de Godoy, sua mulher. Não teve geração.
Francisco Fernandez de Córdoba y Velasco, n.o LXX acima, foi comendador de Socuéllamos na Ordem de Santiago e governador de Orán, gentil-homem da câ­mara d'el-rei D. Felipe IV, aio e mordomo maior do infante D. Carlos e do Conselho do Estado e de Guerra. Casou-se com D.a Ana Pimentel, terceira marquesa de Viana, filha de D. Pedro Pimentel, segundo marquês de Viana e de sua mulher D.ª Maria de Manrique. Teve os dois seguintes filhos:
 LXXVI. - Antonia de Córdoba y Velasco.

LXXVII. - Francisca de Mendoza, monja em Santa Catarina de Sena de Valladolid.

Diogo de Cordoba, n.º LXXI acima, foi cavaleiro de Calatrava e casou-se com D.ª Inêz de Alagón, mulher que havia sido de D. Álvaro de Cordoba, filha de Artal de Alagón, terceiro conde de Sástago, senhor de Piña, e de sua mulher D.a Luiza Fernandez de Heredía. Tiveram desse casamento os dois filhos:

LXXVIII. – Afonso (?) de Córdoba, cavaleiro da Ordem de Calatrava e que faleceu solteiro.

LXXIX. - Francisca de Cordoba.
Gonzalo de Carvajal, primogênito de Guterrez de Carvajal e Dª Catarina de Camargo, n.o XVII retro, herdou o morgado fundado por seus pais, vulgarmente chamado “dos Carvajais de Santa Clara”. Casou-se com D.a Guiomar da Silva, filha de D. Pedro da Silva, morador e regedor de Ciudad Rodrigo e de sua primeira mulher D.a Mayor Maldonado. Teve os dois filhos:
LXXX. - Guterre de Carvajal.

LXXXI. - Francisco de Carvajal, em cuja sucessão se prolongou a casa. Guterrez de Carvajal, n.o LXXX acima, sucedeu a seu pai e casou-se em Cáceres com D.ª Beatriz de Saavedra, tendo os dois filhos:

LXXXII. - Gonzalo de Carvajal.

LXXXIII. - Francisco de Carvajal, (outro?) abade e senhor de Husillos.
Francisco de Carvajal, n.o LXXXI acima, foi morador em Ciudad Rodrigo e casou-se com D.ª Elena da Fonseca. Teve a filha:
 LXXXIV. - Juana da Silva Carvajal.
Maria de Carvajal, alcunhada “A Seca”, nº XX retro, casou-se com Gonzalo de Salazar e faleceu a 11 de Novembro de 1549, deixando a filha única:
LXXXV.- Leonor de Salazar, que se casou com seu primo-segundo, Francisco de Carvajal, senhor de Torrejón, filho de Garcilopes de Carvajal, senhor de Torrejón e de sua mulher Francisca de Valderrábano y D'ávila. Faleceu no último de abril de 1525 e teve os quatro filhos seguintes: 

LXXXVI. - Garcilopes de Carvajal.

LXXXVII. - Bernardino de Carvajal, arcedíago de Plasência, abade e senhor de Husillos.

LXXXVIII. - Beatriz de Carvajal, que se casou com D. Sancho de Paredes. 

LXXXIX. - Maria de Carvajal, monja em Barco de Ávila.
Garcilopes de Carvajal, n.o LXXXVI acima, senhor de Torrejón, foi cavaleiro da Ordem de Santiago. Casou-se com D.a Catharina de Manrique, filha de Garci Fernandez Manrique, terceiro conde de Osorno e da condessa D.a Maria de Luna, sua mulher. Teve os três filhos seguintes:
 XC. - Francisco de Carvajal.

XCI. - Maria de Carvajal, em cuja sucessão se conservou a casa de Torrejón.  

XCII. - Petronilla Manrique, que se casou com D. Cristovan de Vilalva, filho de João de Vilalva e de sua primeira mulher Dª Leonor Chaves. Sem sucessão.
Francisco de Carvajal, nº XC acima, foi primeiro conde de Torrejón, por mercê de Felipe II e comendador de Puertollano e Almodóvar, na Ordem de Calatrava. Exerceu os cargos de corregedor de Granada, de Toledo, duas vezes e assistente de Sevilha. Casou-se com D.a Francisca de Mendoza, filha de D. Juán Furtado de Mendoza, terceiro conde de Monteagudo, senhor de Almazán e de sua mulher D.a Luiza Fajardo. Teve o filho único:
XCIII. - Garcilopez de Carvajal, que faleceu em vida de seu pai. Casou-se com Dª Catharina de Carvajal, sua prima-irmã, senhora do morgado dos Carvajais de Santa Clara, filha de D. Gonzalo de Carvajal e de sua mulher Dª Maria de Carvajal.
Beatriz de Carvajal, n.º LXXXVIII acima, casou-se com D. Sancho de Paredes, cavaleiro do hábito de Santiago, filho do coronel Diogo Garcia de Paredes e de D.ª Maria de Sotomayor, sua mulher. Teve o casal os quatro seguintes filhos
 XCIV. - Luis de Paredes. 

XCV. - Fernando de Paredes.

XCVI. - Maria de Paredes, que se casou com Gonçalo de Tapia, senhor de Plasenzuela.

XCVII. - Leonor de Paredes, que casou-se com D. Rodrigo de Orellana.
Luiz de Paredes Corajo, no XCIV acima, casou-se com Dª Francisca de Orellana, filha de João de Orellana de Chaves e de Dª Teresa de Menezes, sua mulher. Teve os dois filhos seguintes:
XCVIII. - Beatriz de Paredes.

XCIX. - Antonia de Menezes, que casou-se com D. Pedro Calderón Altamirano.
Maria de Paredes, nº XCVI acima, casou-se como se disse com Gonçalo de Tapia, senhor de Plasenzuela, filho de Bernardino de Tapia e de sua mulher D.ª Angela de Sotomayor. Teve os seguintes filhos, em número de dez:
C. - Estevam de Tapia.

CI. - Bernardino de Tapia; que morreu antes de consumar seu casamento com Maria de Tapia, sua sobrinha.

CII. - Luiz de Tapia Paredes y Corajo, cuja sucessão se dará adiante,

CIII. - Angela de Sotomayor, que casou-se com D. Pedro de Loyasa, senhor de Marta.

CIV. - Bernardino de Tapia, quintogenito.


CV - Sancho de Tapia.


CVI. - Beatriz de Tapia.


CVII. – Mezia de Tapia.


CVIII –Maria de Tapia


CIX. – Joana de Paredes

(Lembraremos aqui que destes Tapias, que se uniram aos seus parentes Camargos do ramo de Roa, formando certamente o elo entre os Camargos de Pla­sência e os de Castrogeriz, de onde era natural (o tronco paulistano) Jusepe Ortiz de Camargo, pois as armas dos Camargos de Roa, unidos aos Tapias, acreditamos terem sido idênticas às armas dos Camargos de Castrogeriz, visto ambas as vilas ficarem na província de Burgos).
Leonor de Paredes e Sotomayior, n.o XCVII acima, casou-se como dissemos com Dom Rodrigo de Orellana, seu tio, primo-irmão de seu pai D. Sancho de Pares, filho de Pedro Suarez de Toledo e de sua segunda mulher D.a Juanna de Aragón. Deixou os três filhos seguintes:
CX. - Pedro Alfonso de Orellana, senhor de Orellana La Vieja. 

CXI. - Sancho de Paredes.

CXII.- Francisco de Meneses.  
*Beatriz de Carvajal, filha de Guterrez de Carvajal, cavaleiro da Casa Real e de D.a Catharina de Camargo, sua mulher, n.o XXI retro, casou-se com D. Cristovan Pizarro, seu sobrinho, senhor da casa de Alcollarin, filho de seu primo segundo Diogo de Pizarro e de sua mulher D.a N. Quijada. Teve os dois filhos:
 CXIII. - Diogo Pizarro.

CXIV. - Izabel de Carvajal, que casou-se com Pedro Suarez de Toledo.
Diogo Pizarrro, nº CXIII acima, casou-se com sua prima-segunda, Beatriz de ­Monroy, filha de D. Fabián de Monroy, senhor de Monroy e de sua mulher D.a Fran­cisca de La Peña y Saavedra. Teve o filho único:
CXV. - Cristovan Pizarro, que herdou a casa de Alcollarin e casou-se com Dª Anna de Aragón, filha do coronel Álvaro Pizarro, comumente conhecido por "Co­mendador Pizarro", por haver sido cavaleiro da Ordem de Santiago e de sua mulher D.a Maria de Aragón, duquesa que havia sido de Amalfi. Teve os dois filhos:

CXVI. - Álvaro Pizarro.

CXVII. - Diogo Pizarro, que se casou com D.a N. Pizarro, filha de Juán Pizarro, o Gordo e de sua mulher D.a Juana Hinojosa.
Álvaro Pizarro, n. CXVI, acima, senhor da casa de Alcollarin, casou-se com sua prima terceira e quarta D.a Maria de Carvajal, mulher que havia sido de D. Gonzalo de Carvajal, senhor do morgado dos Carvajais de Santa Clara, filha de Garci ­Lopes de Carvajal, senhor de Torrejón e de sua mulher D.a Catharina de Manrique. Teve os cinco filhos seguintes:
CXVIII. - Cristovan Pizarro Manrique, que casou-se com N. de Orellana, irmã de seu cunhado Juán de Orellana de Torres, filhos todos de Pedro de Orellana, senhor de Orellana La Nueva e de sua mulher d.a Maria Caño. Não teve geração.

CXIX. - Diogo Pizarro. 

CXX. - Garci Pizarro.

CXXI. - ]erônimo Pizarro y Carvajal.

CXXII. - Leonor Manrique, que casou-se com Juán de Orellatta de Torres. Diogo Pizzarro de Carvajal, n.o CXIX acima, senhor da casa de Alcollarín casou-se com D.a Francisca de Orellana, sua prima-segunda, filha de Álvaro de Hinojosa e de D.a Beatriz de Paredes. Teve os quatro filhos seguintes:

CXXIII. - Álvaro Pizarro de Carvajal, terceiro conde de Torrejón, senhor da casa de Alcollarin e mestre de campo do terço da nobreza da Estremadura nas guerras passadas de Portugal. Não casou, mas teve o filho natural Placido de Carvajal, que foi capitão de cavalos nas guerras de França.

CXXIV - Beatriz de Carvajal, quarta condessa de Torrejón. Casou-se com Feliz Neto da Silva, cavaleiro do hábito de Alcântara. Não deixou sucessão.

CXXV- Maria de Carvajal, faleceu solteira.

CXXVI. - Antonia de Carvajal, quinta condessa de Torrejón.
Garci Pizarro de Carvajal, nº CXX acima, casou-se em Toledo com D.a Maria de Carvajal, filha de Diogo de Escobedo Rivadeneirra e de sua mulher D.a Luiza de Carvajal. Teve os dois filhos:
CXXVII. - Álvaro Pizarro y Carvajal, cavaleiro da Ordem de Calatrava. 

CXXVIII. – Afonso (?) de Carvajal, monge dominicano.
Jerônimo Pizarro de Carvajal, n.º CXXI acima, casou-se com D.a Isabel de Vila­lobos, filha do Dr. Vilalobos de la Oliva e de D.a Juana Vilalobos sua mulher. Este Dr. Vilalobos foi grande advogado e seu apelido de origem era Gonçalvez Barrado, chamando-se ele João Gonçalves Barrado, filho de Diogo Gonçalvez Barrado e de sua mulher Izabel Rica, naturais da vila de La Oliva. Consta isto de uns livros de veladores da paróquia de São Martin da cidade de Plasência, segundo constatei. Começaram a chama-lo Vilalobos por estar casado com a dita D.a Juana Vilalobos. Teve o casal Jerônimo Pizarro e D.ª Isabel Vilalobos os quatro filhos seguintes:
CXXIX. - Cristovan Manrique.

CXXX. - Francisco de Carvajal Manrique.

CXXXI. - Juana Manrique. 

CXXXII. - Antonia Manrique.
*Leonor Manrique, n.o CXXII acima, casou-se como se disse com Juán de Orellana de Torres, senhor de Orellana a Nova, filho de Pedro de Orellana, senhor de Orellana la Nueva e de D.a Maria Caño, sua mulher. Teve o filho único:
CXXXIII. - Pedro de Orellana, cavaleiro da Ordem de Santiago. 
*Isabel de Carvajal, n.o CXIV retro, casou-se como se disse com Pedro Suarez de Toledo, filho segundo de Rodrigo de Orellana, senhor de Orellana la Vieja, e de sua mulher D.a Tereza de Menezes. Teve a filha única:
CXXXIV. - Marianna de Toledo, que casou-se com Diogo García de Chaves, filho de D. Pedro Mesía de Chaves e de D.ª Maria de Sotomayor, sua mulher. Teve o filho único:

CXXXV. - Pedro Mesía de Chaves, que casou-se com D.a Catharina de Cárde­nas, sua parente, filha de nJuá de Chaves Sotomayor e sua mulher D.a Isabel Cárdenas. Teve o casal o filho único:

CXXXVI. Pedro Mesía y Chaves.
Francisca de Carvajal, última filha de Guterrez de Carvajal e de dona Catharina de Camargo, n º XXIII retro, casou-se com Afonso Pizarro e teve dois filhos:
CXXXVII – Garci Lopes de Carvajal, frade.

CXXXVIII – Afonso Pizarro, idem".

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Estudos de genética molecular (DNA) que nos foram enviados por nosso colega de lista de discussão da Espanha, o chileno Tomás de La Maza.
"Estimado Alan de Camargo: 
Tengo un estudio muy bueno y unos documentos muy buenos en cuanto a eso. Te explico: Judíos o no???. He llegado a la conclusión que especialmente en el norte de España es muy improbable que sea así. Aun cuando sí juderías. En mi página puedes enconrar varios artículos científicos al respecto:
http://freepages.genealogy.rootsweb.com/~genealogiadelamaza/index3.htm

El número 8 habla de los judíos. El número 1 es muy importante porque en resumen tomaron muestras de ADN y ARNm desde individuos de Cantabria y las compararon con ciertos marcadores genéticos, las hipótesis eran: 1) los cántabros son celtas 2) los cántabros son godos 3) los cántabros son judíos... La respuesta es que tienen un poco de cada uno, pero el porcentaje de marcadores judíos era muy bajo, muchícimo más bajo que en Gran Bretaña, predomina el marcador Godo (germánico) seguido por el celta.

Por otro lado en tiempos medievales habían Señores Nobles de algún Feudo en el siglo XV, dentro de ese feudo habían Judíos y muchos de esos judíos tomaron nombres de sus Señores.

Un caso típico es el apellido Berdugo y Verdugo que deben haber en Brasil. Ejemplo: En 1470 Don Bernardino Berdugo era Señor de Olmedo en Arévalo, España; en el Castillo de Arévalo nació y creció la futura Reina Doña Isabel La Católica, después de unos años de acceder al trono expulsa a los Judíos en 1492... Muchos de los expulsados eran de "apellido" Berdugo, pero el Señor Don Bernardino y sus parientes no fueron expulsados... ¿por qué???. Porque él era Cristiano viejo, mientras algunos de los labradores de su tierra, eran judíos.
Entónces, cada vez que veas Hidalguía o Nobleza en tus ancestros, o que éstos sean de Cantabria debes saber que no eran Judíos... Sin embargo sí, pueden haber Judíos de apellido Godoy... Ejemplo Sr. X de Godoy... n. 1430, tenía muchos judíos en su feudo... ellos toman el nombre de su Señor al ser conversos.... Es lo mismo que pasa con los Negros norteamericanos, quizás qué apellido debería tener "Michael Jackson", "Whoopi Goldberg" o "Denzel Washington"... esos apellidos son los apellidos de sus amos y no los propios. 
Volvendo a los Camargo. Te envío el testamento de Francisco de la Maza** (mais abaixo), su esposa es Barbara de Camargo, también existe el testamento de Don Juan Camargo que no lo tengo en mi poder. Lee el testamento primero y después te explico otras fuentes y te mando las copias originales en jpg.

Camargo es un lugar, en aquel lugar eran "todos" nobles, por lo cual es muy improbable que sean Judíos... pero quizás algún judío se refugió ahí o su Señor era Camargo y tomó ese apellido, pero es muy difícil. Bueno os mando el testamento. Unha forte aperta, Tomás.
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(ARTIGO ENVIADO POR TOMÁS)
*"Este artigo foi publicado nos "Anais da Genética Humana", no qual é analisado o cromossomo Y de indivíduos da Cantábria, esses indivíduos são os "Pasiegos" que pertencem a um grupo geneticamente isolado e ao qual pertencem várias das famílias que mais tarde podem ser encontradas em Peñagos e no resto das planícies da setentrional Cantábria. O DNA mitocondrial (mDNA) também é analisado. Tire suas próprias conclusões.

Este artigo é da revista "Annals of Human Genetics". Os bascos franceses e espanhóis são analisados​​geneticamente, em comparação com os haplótipos genéticos nórdicos, caucasianos e berberes. Eu o incluo, já que em várias ocasiões me deparei com comentários na Internet sobre a Raça Basca, sem nenhum indício de evidência científica. Aqui está a evidência, você tira suas próprias conclusões.

Dizem que o sul da Espanha estava cheio de fenícios e cartagineses, que o sul estava cheio de árabes e judeus ... Mas seria verdade que todos eles teriam um valor genético "substancial" na formação dos reinos da Espanha? Neste artigo, indivíduos da África são comparados geneticamente com indivíduos espanhóis. Novas teorias surgem. Veja você mesmo.

Quão lindas são essas ilhas!!! Uma das coisas que mais gostei de fazer em La Tuña foi cantar "Isas" Canarias. No entanto, não foi só isso que me fascinou sobre as Canárias, mas também que elas aspiravam às "eses" e que falavam muito como os chilenos. Depois de ler o livro da raça chilena de Don Nicolás Palacios (um livro que, embora não tenha uma boa metodologia, é capaz de despertar interesse na raça primordial), percebi que ele nos unia muito mais do que a linguagem ao povo das Canárias, que nós somos principalmente descendentes de hidalgos espanhóis. Esses pesquisadores da Universidade de Nossa Senhora da Candelária, em Santa Cruz de Tenerife, têm o suficiente para nos contar sobre nossos "primos" das Canárias. Este é o outro.

Uma vez fiquei surpreso ao encontrar um grupo na Internet falando que os bascos "eram berberes". Eles se referiram a eles de maneira muito despótica e até grosseira. Os bascos são tão berberes quanto os habitantes locais são fenícios. Em outras palavras, os bascos compartilham apenas uma pequena porcentagem de seus genes com pessoas do Norte da África (Berberes, do Magreb), a grande maioria de seus genes provem do Cáucaso. Este artigo fala sobre a genética berbere na Tunísia (e sua relação com os reinos espanhóis).

Eu sempre ouvi dois mitos no meu país. A primeira é a que diz que o Chile foi povoado apenas com a "escória da Espanha", povoada com prisioneiros supostamente "degredados" (no Brasil é a mesma ladainha) cuja prisão foi perdoada por ter vindo fazer as pazes com a coroa na América. O incrível é que, mesmo na universidade, ouço meus colegas que estudam história dizerem essas barbáries. A verdade agora é bem conhecida e a pesquisa formal nos informa que os chilenos são "descendentes de cavaleiros medievais" na maior parte do tempo (devido à subsequente consanguinidade e integração da sociedade chilena). O segundo mito é como "outros" olham para a Espanha (especialmente americanos), sempre se pensou "coletivamente" que os hispânicos têm muito influência árabe; O problema é quando você chega em Sevilha e vê muitas pessoas que não parecem ser de etnia árabe na rua e não sabem o que pensar. Quanto de árabes, somos nós hispânicos? Eu lhe digo imediatamente: cerca de 5%. Isso é muito pouco se considerarmos os oito séculos de permanência árabe na Espanha. No final, Don Nicolás Palacios estava certo ao dizer que os "Beni Gómez" e os "Mussa" nada mais eram do que Godos vivendo uma religião estranha, que não lhes pertencia por herança. (como os Khazares-askenazi "judeus" da Alemanha e EUA, com raiz nos Hunos mongolóides do antigo Cazaquistão na Ásia (um geneticista atual de Israel Eran Elhaik, difere, diz que encontrou marcadores caucasianos - mas pode ser uma variedade) convertidos ao judaísmo, daí se dizendo "judeus", sem sequer serem semitas, descendentes de Abraão, porque são jafetitas descendentes de Gomer e Asquenaz -  (Cron.1)!

Os Haro eram uma das famílias mais fidalgas da Espanha, "senhores de Bizkaia" e em muitas crônicas, são chamados "príncipes". Eles sempre tiveram problemas com sua submissão a outros reinos, talvez por sua orgulhosa linhagem escandinava não lhes permitisse sentir-se inferiores àqueles a quem deveriam prestar homenagem. Os maceenses (De Mace) pretendem ter um relacionamento com os Haro porque temos a mesma origem; e, como pode ser detalhado neste artigo, eles sempre se envolveram politicamente em conflitos que levavam a pessoas de nobreza inferior ao que restavam nos tronos dos reinos da Espanha. Não quero me aprofundar mais nesta questão, mas entre os hispânicos há mais pessoas nobres que o próprio rei (digo Fidalguia e não Nobreza titulada, já que Nobreza é mais política - títulos outorgados pelo rei, mais por motivos político-econômicos - (é o caso dos khazares-askenazi mongoloides Rothschild da Inglaterra!) - do que linhagem de sangue. Se você não acredita em mim, leia. E vale ressaltar que essas revistas são de pesquisa científica de maior impacto (Journal of Medieval History).

Voltamos ao mesmo ponto 6. Esse é outro mito, de que os hispânicos são "muito sefarditas", o que também não é verdade, embora houvesse, existisse e continuará a existir sefardita na Espanha (e no resto do mundo), não podemos mais rotular a Espanha como uma província judaica. Este artigo fala sobre quantos batismos de crianças judias não foram tão ... melhor você mesmo ler ... é interessante.

9.- Al-Andalus :
Sempre foi considerada a terra dos muçulmanos, e era mesmo. Mas a filologia nos diz que os seres humanos falam línguas "maternais" e não "paternais". Este artigo fala sobre a importância das Mães (sejam árabes, berberes ou góticas) na transmissão não apenas da sua língua, mas de suas tradições, sejam elas quais forem.

10.- El Cid: (D. Rodrigo Díaz de Bívar).
Antepassado de muitas famílias hispânicas (Rodrigues fidalga). Vários filmes e livros inspirados no poema primordial do Cid foram feitos. Este artigo fala principalmente da linhagem de Don Rodrigo, que pode ser vista em última análise, que estava intimamente relacionada aos monarcas góticos da Espanha antiga, um texto em espanhol que não pode ser desperdiçado.

O Reino da Espanha se estendeu dos limites conquistados na América para além dos Pirene eus. Várias famílias hispânicas chegaram à Flandres entre os séculos XV e XVIII, algumas ficaram, outras voltaram para a Espanha um pouco mais mistas e com sangue flamenco nas veias. Um desses hispânicos da Flandres foi Don Francisco de la Maza, porque esse Senhor morre "em Bruges", perto de uma cidade chamada "Antwerp" (em flamengo, Antwerpen; em francês Anvers, em Castellano Antwerp). em, esta é a citação como a encontrei: “ Arquivos da Cidade de Bruges, Arquivos espanhóis, nº 404; 1502-1608; cópia dos testamentos anteriores a Paredes, folhas 29 - 32 v .”. Este Paredes foi Don Pedro Paredes, notário que serviu de escriba para os espanhóis que moravam em Bruges. A pesquisa a seguir mostra a vida e as vontades que esses hispânicos fizeram na Flandres, incluindo Don Francisco, de Carasa. Nota: Carasa é pelo menos 20 kms. de Peñagos (os do Mace de Renaico e os do Mace de Santa Fe foram separados por mais do que essa figura no século XIX e eram mais do que primos). Veja principalmente as páginas 14, 17 e 18.

Como disse acima, na minha opinião pessoal, da qual posso estar errado, a nobreza na Espanha variou muito desde que os primeiros senhorios foram estabelecidos na Antígua Ibérica, concluí que ser nobre tem muito mais a ver com a política dominante do que com uma relação (fidalga) de linhagem ou sangue, os "Ricos-homens" (barões) que existiam na Espanha Medieval, mas como exemplo disso, muitos dos descendentes desses Ricos-homens não têm um título de nobreza; mais tarde, a "Grandeza da Espanha" dividida em classes foi estabelecida, mas o estabelecimento era unilateral (em nome do rei) e muitas famílias (autênticas) foram deixadas de fora dessa categoria que, por uma decisão bastante política (de conveniência), lhes foi negada a nobreza (mas mantendo sua nobreza, sim, uma vez que a verdadeira nobreza (de sangue) não é dada ou retirada, simplesmente nascida do berço fidalgo. (Ditado: "Um rei pode fazer um nobre, mas jamais um fidalgo, criado por Deus e pelo tempo - seis séculos!"). A Espanha está repleta de Fidalguia; mas na minha opinião, não haveria títulos suficientes para dar a todos os fidalgos. Hoje os grandes da Espanha, os nobres da Espanha, os marqueses, os condes, etc, não são nada além daqueles que se desenvolveram politicamente bem e foram capazes de "manter" (não obter) sua nobreza, mas existem centenas de famílias que estavam politicamente no lugar errado, na hora errada e caíram no esquecimento. Algo semelhante aconteceu no Chile colonial, onde havia muitas pessoas "politicamente aptas" para litigar fidalguia e optar por um título de nobreza. Este artigo fala sobre a nobreza colonial chilena, seus títulos, sua consanguinidade e sua adesão aos Bourbons; as pessoas que tinham "Títulos de Castela" estão listadas e pode-se entender que a aristocracia chilena era uma classe politicamente privilegiada, mas também se pode entender que havia muitas famílias que não apareciam nas listas porque, politicamente, não haviam se desenvolvido harmoniosamente com os governos regentes. O artigo é da revista de história "The Hispanic American Historical Review."
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ADENDA

Emigrants and Society Extremadura and America in the Sixteenth Century


By Ida Altman


UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS Berkeley · Los Angeles · Oxford © 1989 The Regents of the University of California.



(Com revisão, adições, correções, comentários e diagramação genealógica do autor deste blogue).


Migrações e imigrações da Família Camargo quinhentista em Espanha
"Uma das famílias mercantes mais bem sucedidas na Sevilha do Século XVI foi a Família Camargo (oriunda de Plasência, e anteriormente, de Castela) tendo ela enviado seus filhos para as Américas e a diversos cargos civis daquela cidade andaluza e da região estremenha. O ultimo verdadeiro mercador da família foi Luís de Camargo que morreu em 1551, que é por coincidência um dos Camargos mais antigos (de quem se têm amplos dados) até hoje. Luís tinha laços comerciais e de forte amizade (eram parentes, veja-se acima) com a família Pizarro e seus financiadores. Tendo conduzido negócios em 1535 com Inés Rodríguez de Aguillar, irmã do famoso conquistador Hernán Pizarro, e em 153(?) com Gonzalo Pizarro (quem matou ou mandaria matar o Almirante Francisco Alfonso de Camargo no Peru em 1546), financiando a sua expedição de conquista ao Peru".

"Com exceção de Diego de Camargo e Juan de Camargo que trabalharam no comércio de seu pai Luís de Camargo, enquanto vivo, os outros filhos não seguiram os seus passos. Juan se tornou Tesoureiro e depois Regidor* de Trujillo (Estremadura). (Francisco) Alfonso de Camargo se tornou marinheiro, o segundo (sic, 3º) a navegar o Estreito de Magalhães (em 1539) e em 1536 (sic, 1540) chegou a Santa Marta no Peru. Muito tempo depois, em 1586 (1583, Armada do General-Almirante D. Diego Flores de Valdés ou outra de 1592), seu neto (sic, bisneto) Jusepe (Ortiz) de Camargo imigraria a São Paulo, no Brasil.
*Obs.: O fato de Juán de Camargo ter obtido dois cargos de tão alta relevância naquela importante cidade estremenha, vem sinalizar esta sua mais provável origem, e não Sevilha, para a qual seu pai Luis ou emigrara, ou se deslocara para manter comércio, porque era lá  o entreposto aduaneiro, comercial e administrativo entre o Novo Mundo e o Reino - nada saía ou entrava da Espanha que não fosse por Sevilha, o reduto natural de um grosso comerciante. Os Camargo jamais foram "de Sevilha", apenas estavam estacionados "em Sevilha", sua origem próxima era a Estremadura de um ramo derivado das burgalesa sRoa e Castrogeriz. Esta história está descrita mais acima.
Álvaro de Camargo neto (ou bisneto, mais provável) de Luís de Camargo imigrou de Trujillo na Estremadura para a Nova Espanha (México) nas Américas. Seu primo Juan de Camargo emigrou para o Peru em 1592 com 25 anos de idade (passando pelo Brasil, S. Vicente).
Geração Nº 1
1. LUIS1 DE CAMARGO (O Velho) faleceu em 1551. Casou-se com BEATRIZ ALVAREZ. 
Os filhos são:

2. i. FRANCISCO ALFONSO2 DE CAMARGO, †1546 (O Almirante que atravessou o pavoroso Estreito de Magalhães  (com marés de até 10 metros!), foi o 2º ou 3º navegante a atingir o Oceano Pacífico e o 1º a descobrir o litoral Sul do Chile, na "Baía do Carneiro" - (o nome se deriva do fato deste almirante ter recebido de presente um carneiro doado por um "patagón" nativo).

ii. LUIS DE CAMARGO (O Moço).
iii. DIEGO DE CAMARGO.
iv. JUAN DE CAMARGO, † c. 1550.
v. ALVARO DE CAMARGO
.
vi. LEONOR ALVAREZ, c. c/ Vicente Henríquez.
vii. MAYOOR ALVAREZ, c. c/ Alonso Henríquez.

Geração Nº 2
2. FRANCISCO ALFONSO2 DE CAMARGO (LUIS1) nasceu em  1500 em Trujillo, Cáceres, Estremadura, Espanha.
Biografia:
A fim de explorar o Estreito aberto por Fernando de Magalhães, português, organizou uma expedição junto ao bispo de Plasência composta de três (sic, quatro) naus. A expedição partiu de Sevilha em agosto de 1539. No dia 20 de Janeiro (de 1540) chegou ao Estreito de Magalhães, a travessia se provando difícil e perigosa com a perda de uma (sic, duas) das naus. Acredita-se que a tripulação (de uma das duas) da embarcação naufragada ou encalhada no areal, tenha conseguido salvar-se em terra firme, dando origem à uma famosa lenda de perdidos e errantes naquele lúgubre território gelado mas os relatos não são muito confiáveis. Alfonso de Camargo chegou as costas de Arequipa, no Peru, transformando-se no segundo (ou terceiro, o segundo foi outro espanhol) navegador a conquistar o Estreito de Magalhães.
O filho de FRANCISCO ALFONSO DE CAMARGO foi:
5. i. LUIZ DÍAZ3 DE CAMARGO, n. 1520, Sevilla, Espanha.
3. DIEGO2 DE CAMARGO (LUIS1) pai de

i. ALVARO3 DE CAMARGO (sobrinho de outro abaixo). Em 1577 Navegou para Nova Espanha
4. ALVARO2 DE CAMARGO (LUIS1) Casou-se com JUANA GONZÁLEZ DE ORELLANA, filha de MARCOS DE ORELLANA e ISABEL ALVAREZ, pais de:

i. JUAN3 DE CAMARGO, n. 1567. Navegou ao Peru em 1592, passando por São Vicente; é possível que o nosso Jusepe tivesse vindo nesta mesma armada (e não na de D. Diego Flores de Valdés em 1583), quando então já teria circa 20 anos, idade mais plausível do seu casamento com Leonor Domingues Luiz.
Geração Nº 3
D. LUIZ DÍAZ3 DE CAMARGO (FRANCISCO ALFONSO2, LUIS1) nasceu em 1520 em Sevilla, Espanha. Casou-se com BEATRIZ DE LA PEÑA 1545, pais de
6. i. FRANCISCO4 DE CAMARGO, n. 1546, Castrojeriz, Castella, Espanha.
Geração Nº 4
6. FRANCISCO4 DE CAMARGO (LUIZ DÍAZ3, FRANCISCO ALFONSO2, LUIS¹) nasceu em 1546 em Castrojeriz, Castella, Espanha. Casou-se com GABRIELA ORTIZ 1571. Ela nasceu em 1550 em Castrojeriz, Castella, Espanha. Tiveram o filho:
7. i. JUSEPE5 (ORTIZ) DE CAMARGO, n. 1586 (sic), data inverossímil, porquanto teria chegado em 1583 de Castella, Espanha, † 1619, São Paulo SP Brasil, enterrado no Mosteiro do Carmo (antigo).
Geração Nº 5
7. JUSEPE5 ORTIZ DE CAMARGO (FRANCISCO4, LUIZ DÍAZ3, FRANCISCO ALFONSO2, LUIS1) nasceu em 1586 (sic), mais provável 1572, seus pais se casaram em 1571; chegou ao Brasil em 1583 (ou 1592, mais compatível com a idade de seu casamento) em Castela, Espanha e faleceu em 1619 em São Paulo SP Brasil. Casou-se com LEONOR DOMINGUES LUÍZ. Ela faleceu em 1630 em São Paulo SP Brasil.


GPSL: “A família Camargo paulistana teve princípio em Jusepe Ortiz de Camargo, natural de Castela, que veio a S. Paulo na última parte do século XVI, f.º de Francisco de Camargo e de Gabriela Ortiz, naturais de Castrogeriz, Província de Burgos, Castela, n. p. de Luiz Díaz de Camargo e de Beatriz de La Peña. Em S. Paulo casou Jusepe (Ortiz) de Camargo com Leonor Domingues (Luiz), falecida com testamento em 1630 na mesma vila, no estado de viúva de seu marido, f.ª de Domingos Luiz – o "Carvoeiro" (do distrito de Santa Marinha da Carvoeira) – Cavaleiro Fidalgo da Ordem de Cristo, e de Anna Camacho, empreiteiro e construtor da Matriz da Sé antiga. Foi Jusepe de Camargo concunhado de Amador Bueno da Ribeira (O Aclamado Rei de São Paulo), que foi casado com Bernarda Luiz, também f.ª do dito Domingos Luiz, como se vê neste V. 1.º pág. 81. Esta família (bem como a descendência de Amador Bueno, e outras descritas em Tit. Carvoeiros) [participa do sangue de João Ramalho, que foi casado com Izabel Dias ou Bartira, ou M'bicy 1ª f.ª do cacique Tibiriçá, como se vê na pág. 48 deste V. 1.º] [esta filiação foi contestada, revista  ASBRAP]. Foi Jusepe (Ortiz) de Camargo pessoa de autoridade e respeito em S. Paulo, onde ocupou o cargo de juiz ordinário em 1611; e seus descendentes (de origem hispânica, a nouvelle vague paulistana), conservando o prestígio de seu progenitor, disputaram por muitos anos as rédeas do governo, tendo como competidora a não menos nobre e poderosa família Pires, (mais antiga na capitania, de origem luso-vicentina).

Segundo as investigações feitas pelo Dr. Ricardo Gumbleton Daunt, que se ligou por seu casamento a esta família Camargo, era ela “oriunda de Sevilha” e descendente do célebre navegante espanhol "Afonso" (sic, Francisco Alfonso) de Camargo, que em 1539 empreendeu ir ao Peru pelo Estreito de Magalhães; após terríveis peripécias e perdas consideráveis, Alfonso de Camargo chegou a ganhar o porto de Arequipa com as suas três (sic, uma única, a sua nau capitânia) naus. (Ensaio Biográfico do Dr. Ricardo pelo Dr. Estevam Leão Bourroul).

Genealogia Paulistana – Silva Leme – Tit. Camargo
Como citado anteriormente, Silva Leme nos forneceu os seguintes dados sobre a ascendência do tronco da FAMÍLIA CAMARGO - JUSEPE DE CAMARGO, como assinava na maioria das vezes, chegou à Vila de São Paulo no último quartel do Século XVI (provável 1583, na armada de D. Diego Flores de Valdés, quando assinou ata como almotacel em 1587? ainda não confirmamos), filho de Francisco de Camargo e de Gabriela Ortiz, naturais da região Castelhana, cidade de Castrojeriz, ao lado de Burgos. Foi ele neto, pelo lado paterno, de Luís Díaz de Camargo e de Beatriz de La Peña (Bisneto do Alm. Francisco Alfonso de Camargo; Trineto de Luís de Camargo, rico comerciante de Sevilha).

Na Vila de São Paulo, Jusepe de Camargo, casou-se com Leonor Domingues (Luiz da Carvoeira), filha de Domingos Luiz da Carvoeira, “O Carvoeiro" de alcunha (de Sta. Maria da Carvoeira), e Anna Camacho.

Sobre este último casal é necessário registrar que eram pessoas voltadas para as práticas piedosas e muito apegadas a lides da igreja, tendo sido os fundadores de uma capela, cujo orago era Nossa Senhora da Luz, que, com o passar dos anos, deu origem ao atual Convento da Luz.

(Igrejas de S. Paulo, de Leonardo Arroyo, pág. 3 – 1. Livro do Tombo da Sé, pág. 15, arquivo da Cúria metropolitana ).
Jusepe de Camargo era concunhado de Amador Bueno da Ribeira (O Aclamado “Rei de São Paulo”), porque este ultimo também era casado com outra filha de Domingos Luiz, Bernarda Luiz. Essas duas famílias participaram do sangue (do pré-colonizador) JOÃO RAMALHO, ascendente de Anna Camacho. Este lendário cacique (morubixaba) foi o braço direito do Pe. ANCHIETA, sem cujos préstimos, sua missão teria sido muito mais difícil (ou impossível, no cerco da vila em 1562 - na "Conjuração dos Tamoios").

Através das atas da câmara dos vereadores da Vila de São Paulo, foi possível traçar um perfil da personalidade de Jusepe Ortiz de Camargo. Foi ele um político hábil, espírito aguerrido, ardoroso defensor da utilização do braço indígena em (parceria) benefício dos colonos como de seus parceiros nativos. Demonstrou possuir um caráter intransigente. Aliás, me parece, que este traço tem acompanhado seus descendentes, até nós, de linha reta há quatro séculos.

Tudo nos leva a crer que Jusepe de Camargo foi sempre um homem cujas atividades desenvolveram-se mais dentro do âmbito citadino do que propriamente nas lidas do sertão. Esta hipótese se nos configura provável devido ao seu nome não constar como participante de qualquer das primeiras entradas encetadas pelo capitão-mor Jerônimo Leitão, com a finalidade de "reduzir" (domesticar) os Índios Carijós.

Por volta de 1594, a Vila de São Paulo foi (novamente) assediada por índios refratários à catequese e de acordo com as primeiras atas da câmara, Jusepe de Camargo teve participação ativa, comparecendo como uma das principais figuras na organização da defesa da Vila de São Paulo, que na época era constituída do colégio dos Jesuítas e umas poucas casas de colonos, sem falar em algumas propriedades rurais mais afastadas.

Em 1592 (ou antes, em 1587) foi eleito Almotacel, e figura nessa mesma época em um protesto dirigido ao Capitão-Mor sobre questões de localização de domicílio, contrapondo-se ao prestigioso Antônio da Proença.

Em 1595 ganha a eleição para Juiz Ordinário. Por volta de 1598 temos notícias que Jusepe de Camargo residia nos arrabaldes (da vila) de São Paulo, sendo vizinho de Diogo Fernandes.

Dentro do quadro político da época, temos informações de que ao findar o século XVI liderou a organização de grupos, cuja finalidade era a mineração do ouro e da prata, empreendimento este que era suportado financeiramente pelo chefe da casa dos Souza Prado sem, contudo, precisar ir ao sertão.

No alvorecer do século XVII, em 1602, precisamente, foi eleito vereador, tendo seu mandato sido renovado no ano seguinte. Por volta desta mesma época foi membro destacado de uma junta eleita por determinação do Provedor da Fazenda Real, Luiz D’Almada Montarroio, com a responsabilidade de classificar e registrar os índios apresados no sertão pela entrada de Nicolau Barreto.

É de se notar que o prestígio de Jusepe de Camargo era tão grande quanto ao das figuras mais importantes daquele tempo, tais como Fernando Dias Paes e Antônio de Proença e outros.

Jusepe de Camargo, como já foi dito, era pessoa muito bem relacionada no cenário político da época, do que é exemplo uma passagem na qual figura como personalidade central. Trata-se de uma ata da Câmara datada de 22 de agosto de 1603, na qual consta que o procurador do conselho, João De Sant‘Anna, se lastima diante dos demais membros, por julgar que Jusepe de Camargo havia abusado da sua boa fé, ao agir de modo parcial, com intuito de servir a um seu amigo particular, o então Capitão-Mor Diogo Lopes de Castro.

A 17 de março de 1607, temos outra notícia de Jusepe de Camargo. Foi ele nomeado por provisão do governador-geral Diogo Botelho ao cargo de Juiz de Órfãos da Vila de São Paulo. Em 1612 é eleito novamente Juiz Ordinário.
 
Jusepe de Camargo foi um dos destacados cabeças do (1º) movimento encetado para expulsar os Jesuítas, em consequência de questões relativas ao servilismo Indígena.

Para ter-se uma idéia mais ampla do que foi este movimento, suas razões e repercussões, tracem um esboço do que realmente sucedeu: D. Francisco de Souza, quando governador-geral das capitanias do Sul, preocupou-se mais com descobertas de Filões Auríferos, não se interessando muito pelas demais necessidades que envolviam a governança. Foi ele muito chegado às ordens religiosas e influenciado pelos últimos, refreou quanto lhe foi possível as investidas domesticadoras dos colonos. Após o seu desaparecimento, seu filho D. Luís de Souza Henriques, movido já por outros interesses, afrouxou aquele controle.

Por essa época, tanto em São Paulo quanto em outras regiões do Brasil que possuíam núcleos de colonização, existia certo descontentamento por parte dos colonos devido ao usufruto parcial dos Jesuítas da mão-de-obra indígena. Pois os Jesuítas acobertados pelos objetivos catequistas, (conspiração de inspiração estrangeira) aos poucos, estavam com o monopólio dos índios sobre seu controle.

Pois bem, onde não há gozo equitativo de direitos, existe a insatisfação. O referido fato foi, aos poucos, impregnando o ânimo dos colonos, que reagiram contra aquele monopólio injusto no tocante à utilização de direitos sobre os índios.

Para abrandar tais tensões, a metrópole sancionou a lei de 10 de setembro de 1611, criando para o governo civil das aldeias um Capitão para manter a ordem e organizar o uso do braço indígena, o que de certa forma revogava em parte a proibição das entradas de redução indígena.
Tal afrouxamento foi o suficiente para que os Paulistas recrudescessem de tal forma em suas investidas às reduções Jesuíticas de Guaíra e Tape que não tardou uma reclamação enérgica do Governador do Paraguai.

Os jesuítas a seu turno não queriam abrir mão do antigo privilégio, coisa que, de certa forma, irritava os colonos, acirrando-lhes os ânimos e levando-os a constantes desentendimentos.

A 10 de julho de 1612, conforme consta em Ata da câmara da Vila de São Paulo, os vereadores reuniram-se com os homens de destaque do governo e do meio social, sob a Presidência de Jusepe de Camargo o qual expôs o fato de que, muito embora D. Luiz de Souza houvesse permitido em parte a utilização do braço indígena pelos colonos, os Jesuítas a isso se contrapunham, induzindo os indígenas a se rebelarem em zombarias contra o poder dos Capitães (Subversão).

Cerca de sessenta e oito potentados da capitania assentaram que tal estado de coisas deveria ser mudado. Providências enérgicas acreditam, devem ter sido tomadas, pois após esta reunião durante um lapso de vinte anos não ocorreu intromissão por parte dos jesuítas nesta questão indígena. A essa época Jusepe de Camargo atingia o seu apogeu na Capitania e em 1613 na ata inicial do novo mandato, encontra-se assentado que os oficiais se ajuntaram nas pousadas do vereador mais velho, Gonçalo Madeira, por estar alí a caixa do conselho e determinaram que servisse de Almotacel Estevam Gomes Cabral, "por ser casado de pouco com a filha de Jusepe de Camargo que é pessoa da governança da terra e ele ser contente se desse à vara ao dito genro”.


Neste mesmo ano de 1613, Jusepe de Camargo figurou como procurador de seu sogro, Domingos Luiz, “O Carvoeiro” no inventário de Domingos Luiz, “O MOÇO”.

Pela maneira com que se conduziu neste processo, conforme cópia de um fragmento que anexamos a este trabalho, denunciando a sonegação de bens aos menores netos de Domingos Luiz, “O Carvoeiro” concluímos daí que Jusepe de Camargo devia ser pessoa letrada e possuidora do conhecimento das normas jurídicas vigentes naquela época.

A partir de 1613 Jusepe de Camargo não mais tomou parte ativa na política de São Paulo.

Segundo informações do Cônego Roque Luís (de Macedo Leme, genealogista), ele veio a falecer em 1619, e sua mulher Leonor Domingues a 11 de novembro de 1630, ficando do casal, segundo Silva Leme, com base em documentos do arquivo do Estado de São Paulo, cartório de órfãos e da cúria metropolitana, oito filhos. Posteriormente, Carvalho Franco descobriu, ao pesquisar nos arquivos da cúria, um nono filho (IGNÁCIO).


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9 comentários:

  1. Republico o meu comentário neste espaço devido ao necessário alinhamento com o assunto:

    Caro(s), Foi com muita satisfação que deparei-me com esse trabalho de pesquisa e documentação, um dos mais completos que encontrei nas minhas buscas por informações históricas, desde que iniciei a elaboração da árvore genealógica da minha família, "Pires de Camargo", ramo de Curitiba/PR e arredores. Registro aqui o meu reconhecimento pelos seus esforços e agradecimento pelos resultados alcançados, em reunindo tão vasto e importante material histórico, de grande valia para os meus estudos sobre a minha e dos meus ascendência. Inscrevi-me com um dos seus seguidores, pois há muito ainda por fazer nessa minha empreitada. Muito obrigado. /Edson Luiz Pires de Camargo, em 28/05/2017, as 15h25min.

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    1. Olá, primo, me desculpe eu responder com atraso, mas não tinha visto o post. Sou Pires também por parte de meu trisavô paterno Luís Antônio Rodrigues (Pires, que se casou com Maria Joaquina Bueno de Camargo e Silva (Anhanguera). O Tronco Salvador Pires comparece cerca de 17 vezes em nossa árvore, está toda pontilhada de Oires. Faça uma releitura do nosso artigo de capa do blogue, pois estou sempre revisando e acrescentando o texto. Ficou muito melhorado. Aabs.

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  2. Prezado Alan, em primeiro lugar, cumprimento-o pela excelência de seu trabalho. Descendo, também, dos Camargos, por parte de minha falecida mãe que, em solteira, foi Vera de Camargo Sant'Anna, de Paraibuna, Vale do Paraíba. Em linha reta vai nossa ascendência até Juseppe Ortiz de Camargo, o que tornou mais prazerosa essa "viagem" através dos seus escritos.Costumo dizer que "brinco" de ser genealogista, desde que minha adquiriu e me presenteou com a obra de Silva Leme, comprada da viúva do Prof. João Gabriel de Sant'Anna. Enfim, grato por tudo que trouxe-me de informações.Abraços, Adilson S. Canto-São Paulo-SP

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    1. Obrigado, primo Adilson espero que este nosso modesto trabalho que já leva 15 anos tenha lhe sido de alguma utilidade, fizemos o máximo que nos foi possível até agora, mas as informações são escassas. Continue seguindo nosso trabalho, estamos revisando e atualizando sempre que surge alguma novidade. Abs.

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    2. Grato, Alan. Moro em São Paulo, na Chácara Klabin-Vila Mariana, e estarei sempre á sua disposição. Meu e-mail é adilson.canto@hotmail.com. Abraços, Adilson

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  3. Meu nome é Iracema Vitorino de Camargo.Acabei de ler o artigo e entendi que somos parentes.Muito importante o seu trabalho gostei, achei muito interessante saber a nossa origem.Sou filha de Pedro Vitorino de Camargo e Augusta Fernandes Camargo.

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  4. Boa Noite, meu nome é Amanda Cristina Mata Camargo, porém hoje após achar a certidão de óbito do meu pai, que consta com o nome de Décio João de Camargo de Pirajui SP, estou muito curiosa pra saber sobre toda a família que desconhco até o dia de hg aos 24 anos.E saber se há como descobrir mais e como? Parabéns pelo trabalho.

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  5. oLÁ AMANDA, na certidão do seu pai deve constar o nome da esposa dele, onde nasceu, nome de seus pais (e seus avós), data e lugar de nascimento, etc. Todos os detalhes devem ser recolhidos, pois são pistas para fazer triangulação e desvendar as origens. Se souber o lugar e data de onde eram seus avós, já será um bom passo, para procurar mais dados nos assentamentos das igrejas locais, etc. Passe seu email para comunicar. o meu é alandecamargo@outlook.com

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    1. Meu avô chamava Manuel Felicio de Camargo, vou tentar levantar essas informações. Fiquei muito curiosa. Parabéns pelo trabalho extensivo.

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