sábado, 10 de junho de 2023

MARTIM AFONSO DE SOUZA Ascendências Nobres e Reais


Almirante, Vice-Rei das Índias e
Capitão Donatário da Capitania
de São Vicente e São Paulo
D. Martim Afonso de Sousa V
SOUSA DO PRADO

Quem Foi o Primeiro dos Souzas?
"Descendente da ilustre Casa dos Sousas (Sousões), uma das cinco linhagens em que o Apenso ao Livro Velho de Linhagens classificou a nobreza de Portugal, procedente dos primeiros chefes guerreiros que se estabeleceram nas terras então recém-conquistadas aos Mouros, consideram alguns autores, como Fr. Bernardo de Brito (Monarquia Lusitana Tomo I, livro VII, capitulo XVIII) que D. Faião Soares foi o mais remoto antepassado que se conhece de Martim Afonso de Sousa. Essa opinião não é aceita por todos, haja visto o que diz o (linhagista) Conde D. Pedro  no Livro Velho Titulo XXII, folhas I e seguintes e o Apenso ao Livro Velho, folha 30, que considerando a Casa de Sousa como a primeira pela sua antiguidade, julga ser a Soeiro Belfaguer, de quem não faz referência quanto à sua naturalidade e ascendência, o que, aliás o faz com quase todos os chefes de linhagem mas não a D. Faião Soares(?), a quem caberia esta prioridade". Dr. Alexandre Guimarães dos Santos, em Revista Genealógica Brasileira #7, 1943 IGB.
I - D. FAIÃO SOARES
Antigo cavaleiro godo que viveu nas proximidades da cidade do Porto, na comarca entre os rios Douro e Minho, onde, com o título de Conde, amparou e governou os cristãos moçárabes, remanescentes dos Godos em Portugal. Fundou e povoou o lugar denominado Arrisana de Sousa, situado mais ou menos a cinco léguas da cidade do Porto e que então se chamava Porto Gaio, dada as vizinhanças do Castelo de Gaia. Teve jurisdição sobre a cidade do Porto, terras vizinhas e povoados menores, situados à margem do Rio Sousa. A ausência de documentos impede determine-se com precisão a época em que floresceu D. Faião, que parece ter vivido de 713 a 780 da Era Cristã, bem como o nome de sua mulher, perdido na noite dos tempos. Sabe-se porém, que teve um filho: 

1 - D. Soeiro Belfaguer, que segue.


II - D. SOEIRO BELFAGUER 
Conhecido também por Suero Belfaiar ou Belfaget e tido por alguns autores como sendo cronologicamente o primeiro representante da Casa das Sousas, com a qual se entroncam quase todos os Grandes de Portugal. Foi filho do Conde Flávio Theodosio de Coimbra, segundo alguns. Teve seu primeiro solar em terras de Vila Real, entre os rios Tua e Tamega, que nas escrituras antigas tinha o nome de Panojas, originário de uma cidade romana situada no Val de Nogueiras. Parece ter exercido as mesmas funções de seu pai como Conde e governador dos cristãos moçárabes. Segundo o Conde D. Pedro, teve como esposa D. Minaia Ribera (traduz-se Ribeira=margem de rio e não "Ribeiro"=riacho). Acredita-se que D. Minaia seja irmã de D. Gontinha de Ribera, esposa do Conde de Monterroso, D. Romanes ou D. Alonso Romanes, filho do Conde D. Mendo de Raufona. 
D. Soeiro Belfaguer, de seu casamento com D. Minaia teve um filho: 
     1 - D. Huso Soares Belfaguer, que segue.
W.P.  Soeiro Belfaguer (875 - 925?) foi um Cavaleiro medieval peninsular com origem nos povos Godos. Foi o 2º Senhor da Casa de Sousa no Condado Portucalense. 
A origem familiar de D. Sueiro está entre as mais antigas que é possível encontrar nos antigos territórios da Península Ibérica que deram origem ao Condado Portucalense e mais tarde a Portugal. Ao longo dos seus quase mil anos de história esta família teve mais do que um solar onde buscar as suas origens; o primeiro registro do Solar desta família encontra-se nos territórios da então medieval Commarca de Villa Real localizado entre Rio Tua e o Rio Tâmega em terra denominadas de Panoyas, denominação esta que provem de uma antiga cidade desse nome com origem na ocupação romana, e localizada próximo ao lugar de "Val dos Nugueiraas", atual Vale de Nogueiras, sitio em cujas ruínas é possível encontrar descrições com caracteres romanos. O segundo Solar dos Sousa e onde terá ido buscar o nome, encontra-se nos territórios entre o Rio Minho e o Rio D'ouro, nas junções dos concelhos de Riba Tâmega, a antigamente a ainda usualmente denominada Terra de Sousa e que fica nas margens do Rio Sousa, local onde se encontra o Mosteiro de Pombeiro, ocupado pelos religiosos da Ordem de São Bento. O Livro Antigo das Linhagens nomeia esta família de entre as vários a quem o faz, e fá-lo dizendo: "A primeira dos Sousas; a segunda Linhagem de D. "Alão" (Allan, patronímico de Alan/Alain); a terceira dos Moyas; a quarta de Bayão e a quinta dos de Ribadouro".
Foi filho de Flávio Teodósio de Coimbra, conde de Coimbra e de Munia Sueira de Coimbra, condessa de Coimbra, filha de D. Soeiro príncipe Godo. Casou com Munia Ribera cerca de (875?) de quem teve: D. Hugo Soares Belfaguer (c. 880 - 950) casou com Mêndola Belfaguer. 
D. Flavio Theodozium Thedeo (C. 905 - 990), que apesar de não se saber o nome da esposa, sabe-se que pelo menos teve um filho, D. Fromarigo Guterres (985 -?), que foi Senhor de Melo.

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III - D. HUSO SOARES BELFAGUER
Sucessor da Casa de seus pais e também conhecido pelos nomes de Huso Soares Belfaiar, Belfager, Belfagar ou Belfaget. Em uma confirmação escriturada do Rei Afonso, o Magno (III), a favor da igreja de Braga, datada de 873, verifica-se que foi Rico-Homem, desse rei das Astúrias (866 a 919). Serviu ao Rei D. Ordonho III, contemporâneo de Carlos Magno, como esforçado Cavaleiro. Casou-se com D. Comêndola como escreve Fr. Bernardo de Brito ou Omêndola segundo o linhagista Conde D. Pedro (impressão de Madrid) ou ainda D. Elvira Nunes na opinião de Alonso Teles de Menezes. Outros ainda chamam-na D. Mêndola ou D. Menda, porém nenhum faz referências aos seus pais e apelido. 

Desse matrimonio teve D. HUSO um filho: 

1 - D. Huso Huses, que segue.

IV - D. HUSO HUSES
Em linguagem goda, Huso vem a ser Ataulfo que alguns como Frei De Los Angeles julgam ser Adulfo, que o Breviário Beneditino dá como sendo Anulfo. Sucessor de seu pai na chefia da Casa, também foi conhecido pelos nomes de Hugo Husea e Auso Auses. Segundo o Breviário dos Canônicos Regulamentares de Santa Cruz de Coimbra, foi Conde de Vieira e na opinião de Brito, Conde e Senhor das terras de Vieira e Basto e de Vizeu, quando reinava em Leão, Afonso IV (924-927 DC). 
Casou-se com D. Teresa Erez ou Eriz, quem segundo o Padre Gandara era filha de D. Ero Conde de Lugo
Sepulcro do Conde de Lugo
fidalgo em cujas veias correu sangue real godo, Capitão General do rei D. Afonso III, o "Magno" e Senhor de muitas terras na Galícia, e de sua mulher Condessa D. Adosinda.

Neta pelo lado materno, do Conde D. Alonso Romanes de Monterrozo e de sua mulher D. Gontinha de Ribera, Senhora do Castelo de Ribera.

Bisneta pelo Conde D. Alonso, do Conde D. Mendo Raufona, irmão de Desiderio o ultimo rei Longobardo e descendente das godos e de sua mulher D. Joana Romaes ou romanes.

Trineta por Joana Romaes de D. Roman de Monterrozo, meio irmão de D. Afonso, "o Casto" rei das Astúrias (791-842 DC).

Tetraneta de Fruela ou Froila I, Rei das Astúrias (757 à 768), homem de caráter violento que desbaratou os Árabes junto a Ponthumium e domou o Norte da Vascônia levantada contra ele.

Pentaneta de Afonso I, "o Católico", Rei das Astúrias (739 a 757 DC), que penetrou com mão armada pela Galiza até o Douro e por Leão e Castela a Velha, e de sua mulher D. Ermesinda, irmã de Fáfila, Rei das Astúrias (737 a 768), ambos filhos de Pelágio que, segundo a tradição era parente de Rodrigo, último dos reis visigodos (711 DC). A nacionalidade espanhola deve a Pelágio a sua conservação, pois nas ásperas serranias das montanhas asturianas, com um punhado de godos que não haviam aceitado o jugo muçulmano, numa terrível luta de guerrilhas contra os invasores, sustentou o estandarte de uma guerra de religião e independência que durou mais de sete séculos. A batalha de Cangas de Onis ou Covadonga em 718, em que os infiéis ficaram desbaratados, foi o primeiro elo de uma cadeia continua de combates que terminou nos fins do século XV com a tomada de Granada pelos reis católicos Fernando e Isabel. Pelágio foi o fundador da primeira monarquia cristã de Espanha, depois chamada de Oviedo e Leão, por terem tido sucessivamente por capitais estas duas cidades.

Hexaneta de Pedro, Duque da Cantábria.


Conversão do Rei Recaredo
Septimaneta de Recaredo, rei eletivo da Espanha (586 a 601 DC), que se converteu ao catolicismo em um concílio reunido em Toledo (589 DC), separando-se com a maior parte dos seus súditos do arianismo, conversão esta que deu estabilidade ao então periclitante reino visigodo, que se manteve até 711 DC.

Octaneta de Leovigildo 567-586DC (que, pela derrota dos suevos, cântabros e bascos, unificou politicamente a Espanha) e de sua mulher Teodósia, filha de Severino, governador de Cartagena.

Nonaneta de Flavio Recaredo


Os Condes D. Huso Huses e D. Teresa Erez, tiveram três filhos:

1 - São Gervásio
2 - Santa Senhorinha de Basto
3 - Conde D. Gonzoi, que segue.

V - CONDE D. GONZOI

Sucessor dos Senhorios de seu pai e conhecido também por Vizoi, Vizois, como se verifica em uma escritura do Mosteiro de Pombeiro, datada de 975 DC. Julgam alguns que Gonzoi ou Goiçoi é corruptela de Vizoi, como Guimarães de Vimarães. O Conde D. Pedro denomina-o Gonzoi, o "Nado" e o autor da "Historia de la mui ilustre Casa de Sousa”, comentando esta opinião, acha que o sufixo "Nado" não passa de um erro de impressão na edição de Madrid e que o certo seria "Nonado", porque assim se acha escrito em um nobiliário antigo, cuja autoria é atribuída ao Marquês de la Fuente, embaixador em França. Ali se diz que a alcunha "Nonado" (e Nonato, em italiano) quer dizer "não nascido" e explica que tendo acidentalmente falecido a mãe de D. Gonzoi, foi ele retirado com vida do seu ventre e aquecido com o calor natural de várias rezes abertas vivas, até que se achou em condições de ser agasalhado e alimentado. Outras divergências ainda existem quanto ao nome de D. Gonzoi, mas todas elas parecem prender-se aos enganos dos vários copiadores. Com o título de Duque, que vem a ser a mesma cousa que Capitão General ou Fronteiro-Mor, confirma uma escritura datada de 987 DC. Uma outra escritura datada de 1126 DC, atribui a D. Gonzoi o título de Conde, como confirma Manuel de Sousa Moreira. Segundo o Conde D. Pedro, na impressão de Madrid, casou-se D. Gonzoi com D. Mona ou Mena, ou então D. Maria ou D. Munia, como querem outros. Desse casamento houve um só filho:

1 - Conde Nichi Goizoi, que segue.

VI - CONDE NICHI GOIZOI

A semelhança do que ocorre com os seus antepassados, vários nomes são atribuídos a Nichi Goizoi, como sejam: Echigue Goiçoi, Nichiguiçoi, Nichi Guisoi, Mitigui, Chitones e Chitoi. Manoel de Sousa Moreira chama-o Don Echigui Goioi, o que está de acordo com o uso dos patronímicos, a vista de ser Echigaz o apelido de seu filho e Gozoi o de seu pai. Sucedeu seu pai no Senhorio de Couto de Novelas, Ornelas e Honra do Paço de Novelas. Sua trágica morte, epílogo das desinteligências ocorridas com seu cunhado, o Conde D. Mem Suares de Novelas que se aproveitou de sua situação como Adelantado de Portugal e invadiu sua casa de surpresa, apanhando-o em companhia de seis Condes seus amigos e mandando vazar-lhe os olhos; é um quadro doloroso. Foi sepultado em companhia de seus amigos no Mosteiro de São Pedro Atei. Casou-se duas vezes, a primeira com D. Aragunta Soares, que foi: Filha do Conde D. Soeiro de Novelas e de sua mulher D. Munia ou Mayor Dias. Neta pelo lado materno de D. Diogo Parcelas, Conde de Castela e povoador da cidade de Burgos. Bisneta de D. Rodrigo Fruelaz. Trineta de D. Fruela ou Froila, Duque de Cantábria, irmão de Afonso I, o "Católico". Tetraneta de Pedro, Duque da Cantábria, cuja ascendência já foi descrita no capitulo IV. Seu segundo casamento foi com D. Trodili, a respeito da qual, poucas são as referencias conhecidas. Filhos, só teve um de sua primeira mulher, que se chamou 1 - D. Gomes Echigaz, que segue.
VII - D. GOMES ECHIGAZ
Conhecido também pelos nomes de Gomes Echigiz, Gomes Eitazo, Echas, Egiraz e Egirar. Sucedeu seu pai em todos os Senhorios. Foi Rico-Homem e pessoa de muita autoridade no reinado de Fernando I, o "Magno", Rei de Leão, Castela, Galiza e parte de Portugal (1037 a 1067 DC) e governou com o titulo de Adelantado, o Entre-Douro e o Minho. Arquivos de 1030 a 1072 e as escrituras de Pombeiro, fazem referencias a sua pessoa. Esteve presente quando das Cortes de Guimarães (1049 a 1050 DC), como um dos Grandes de D. Fernando e D. Sancha. Em companhia de D. Garcia, de quem era vassalo, tomou parte na batalha de Aguas de Maia, junto a Coimbra, em 1071DC. Senhor de Novelas, como fora seu pai, transmitiu esse Senhorio ao seu filho Egas Gomes. Foi casado com D. Controde Moniz, cuja ascendência é a seguinte:

Filha de D. Monio, Moninho ou Martins Fernando de Toro que era meio irmão dos reis D. Sancho de Castela, D. Afonso de Leão e D. Garcia de Portugal e das Infantas D. Urraca, Senhora de Zamora e D. Elvira, Senhora de Toro. 
Neta do rei D. Fernando, o "Magno", de Castela e Leão (1035 a 1065), que recuperou Portugal até o Mondego e tornou tributários os reis de Zaragoza, Toledo e Córdoba.
Bisneta de D. Sancho III, o "Grande", rei de Navarra, que reuniu Castela a seus Estados e de sua mulher D. Elvira, Senhora de Castela, por ter falecido sem sucessor seu irmão D. Garcia, quarto Conde de Castela, assassinado em Leão pelos filhos do Conde Naxera.
Trineta de D. Sancho Garcia, terceiro Conde de Castela e de sua mulher D. Urraca.

Tetraneta de D. Garcia Fernandes, segundo Conde de Castela e de sua mulher D. Sancha Ona
Pentaneta do Conde Fernán Gonzales, primeiro Conde de Castela e de sua segunda mulher D. Sancha, filha do rei de Navarra D. Sancho Abarca e de sua mulher D. Toda Aznares, filha de D. Asnar Larraún.

Hexaneta de Gonzalo Nunes, segundo juiz de Castela e de sua mulher D. Ximena Fernandes, esta filha de Nuno Fernandes; neta de Ordoño I, Rei das Astúrias (850 a 866 DC); bisneta de Ramiro I, rei das Astúrias (842-850); trineta de Bermudo I, Rei das Astúrias (789-791 DC) e de sua mulher D. Ninila, quarta neta de Aurélio, Rei das Astúrias; pentaneta de Froila, Duque da Cantábria e hexaneta de Pedro, Duque da Cantabria; Séptima neta de Nuno Rasura, um dos primeiros juízes de Castela e de sua mulher D. Teuda Urraquez. 

Octaneta de Nuno Belchiades, Cavaleiro Tedesco (austríaco), natural de Colônia e que, de passagem por Castela, de volta de uma romaria a Santiago de Compostela, ficou ao serviço do Conde D. Diego Porcelos, na guerra contra os mouros, casando-se então com Sula Bela, filha de D. Diego e de sua mulher D. Gustia Sulez.

De seu casamento com D. Controde, teve D. Gomes Echigaz, três filhos e duas filhas, que foram:

1 - D. Paio Gomes

2 - D. Egas Gomes de Sousa, que segue,

3 - D. Sancho ou Sanchila Gomes. 

4 - D. Trodoli.

5 - D. Flamula.

VIII - D. EGAS GOMES DE SOUSA 
(O 1º do Apelido Sousa)
O primeiro a usar o apelido "Sousa", que se julga provir da terra de Sousa, da qual foi um dos povoadores. Foi Senhor de Novelas e governador da província de Entre Douro e Minho. Rico-Homem, confirmou os privilégios de seu tempo e como Grande Cavaleiro de singular valor fez parte dos célebres vinte e nove companheiros de Gonçalo Mendes da Maia, "o Lidador" (ou, Campeador). Tomou parte na batalha do Campo de Beja, na qual "o Lidador" ferido de morte no encontro com Amoliamar, pediu-lhe assumisse o comando, depois de sua morte, porque nele via todos os predicados para suceder-lhe, o que fez com imponderáveis façanhas e incrível valor, completando assim a vitória sobre os mouros. Por esse motivo adotou como armas quatro luas crescentes, correspondentes as bandeiras que tomou ao inimigo. Supõe-se que D. Egas tenha falecido em idade avançada, na cidade de Guimarães e que tenha sido sepultado no convento de Pombeiro. 
Casou-se D. Egas com D. Chamoa Gomes que foi: 
Filha de Gonçalo Trastamires da Maia e de sua mulher D. Mecia Rodrigues que foi filha de Rodrigues Vermuis, neta de Vermue Laines. Bisneta de Lain, o "Calvo" e de sua mulher Teresa Nunes Bela, que foi filha de Nuno Rasura, já citado no capitulo anterior. Neta também de D. Trastamiro Albuazar, Rico-homem, Senhor da "Casa de Maia" e de sua mulher D. Menda Gonçalez, irmã do Conde Fernán Gonçalez, Conde soberano de Castela, celebrado na historia e na legenda, tendo ganhado quarenta e duas batalhas campais contra os mouros e que faleceu em Burgos em 970 DC, com avançada idade, ambos filhos de Gonçalo Nunes, a respeito do qual já foram feitas referencias no capitulo anterior. 

Bisneta de D. Albuazar Ramirez e de sua mulher D. Helena Godins, filha de D. Godinho das Astúrias. Sobre a ascendência de D. Albuazar Ramirez, veja-se Revista do Instituto de Estudos Genealogicos, n. 1, pg. 24. 

Trineta de Ramiro II de Leão e de sua mulher D. Zaira, que depois de batizada passou a chamar-se D. Ortega. De seu consorcio com D. Chamoa Gomes, teve D. Egas Gomes de Sousa os quatro filhos seguintes:

1 - D. Mendo Viegas de Sousa, que segue,

2 - Paio Nunes de Sousa, I


3 - Gomes Nunes de Sousa,


4 - Gomes Viegas de Sousa.


Acredita-se ainda na existência de mais uma filha:
5 - D. Sancha Gomes.


IX - D. MENDO VIEGAS DE SOUZA

Sucessor de seus pais no Senhorio da "Casa dos Sousas" e Rico-homem. A primeira referencia ao seu respeito data de 1092, quando governador das terras de Arouca. Governou a vila, castelo e terra de Santa Cruz, entre os rios Tamega e Sousa. Casou-se com D. Teresa Fernandes, Senhora de Oces, Eijo e outras terras perto de Marnel, filha de D. Fernando Gonçalves, Senhor de Marnel e de sua mulher D. Urraca Gonzalez. 


D. Mendo Viegas de Sousa e D. Teresa Fernandes tiveram os seguintes filhos:

1 - D. Gonçalo Mendes de Sousa, que segue,

2 - D. Suero Mendes de Sousa, o "Gordo",

3 - D. Oroana Mendes de Sousa,

4 - D. Chamôa Mendes de Sousa,

5 - D. Maior ou Urraca Mendes de Sousa.

Acredita-se na existência de um sexto filho que foi
6 - Conde D. Fernán Mendes.
X - D. GONÇALO MENDES DE SOUSA 
Rico-homem de Portugal, Vedor e Loco-tenente do Rei D. Afonso Henriques, Senhor das terras de Sousa, Alcanhede, Castelo de Aguiar, Pena e Mongues. Além dos títulos acima com que confirmou, usou mais os de Curiae Dapiser, Vicarius Regis e o autor da "Vida de Santa Senhorinha" chama-o "Princepe". Dom Gonçalo de Sousa, O Bom, é como se encontra seu nome no Livro Antigo de Linhagens e a escritura do Rei D. Afonso Henriques denomina-o "o Bom".
D. AFONSO HENRIQUES 1º REI DE PORTUGAL, EM BATALHA.
Companheiro de D. Afonso Henriques nas guerras que moveu a seu primo D. Afonso VII de Castela (1136 a 1137 DC), recebeu como premio dos seus serviços as terras pertencentes ao Conde Gomes Nunes Pombeiro, simpatizante da causa do opositor D. Afonso VII. Tomou parte na batalha do Campo de Ourique (1139 DC), onde treze mil portugueses desbarataram o poderoso exercito de Ismario e dos quatro reis seus aliados, num total de setecentos mil mouros e após a qual foi D. Afonso Henriques aclamado rei de Portugal. Seu valor inspirava tanta confiança a D. Afonso Henriques que por ocasião da tomada da margem do Mondego, ao fazer um reconhecimento preparatório fez-se apenas acompanhar por quatro Cavaleiros, entre os quais se achava D. Gonçalo. Acompanhou também o então Infante D. Sancho, quando este, em 1178 DC, com um exército de doze mil homens, penetrou nas terras da Andaluzia, até chegar à vista de Sevilha, cidade onde a resistência moura se achava melhor organizada. Na tomada de Triana, em que as aguas do Rio Gualdaquivir ficaram tintas de sangue, salientou-se D. Gonçalo tomando algumas bandeiras que depositou no Mosteiro de Pombeiro. D. Gonçalo casou-se três vezes, sendo a primeira com D. Urraca Sanches, filha do Conde D. Henrique, 
Dona Urraca Sanches, filha de D, Henrique IV, que veio lutar ao lado de
Afonso VI de Leão e I de Castela, contra os invasores mouros muçulmanos.
um dos príncipes estrangeiros que, com seu braço e sua espada veio auxiliar D. Afonso VI de Leão e I de Castela, no ano de 1080 DC, na guerra contra os mouros. Tão valiosos foram os seus serviços prestados, que o rei de Leão conferiu-lhe o título de Conde, naquele tempo, mais valioso que o de Duque, nas Espanhas, bem como a mão de sua filha que levou como dote a parte de Portugal que já estava conquistada e a liberdade de ganhar tudo mais aos mouros da restante Lusitânia, até o reino do Algarve. D. Henrique, que nasceu em 1035 DC e faleceu aos setenta e sete anos de idade, a 1 de novembro de 1112 DC, no cerco de Astorga, foi o verdadeiro fundador da nacionalidade portuguesa.
Sibila e D. Henrique de Borgonha (III)

D. Henrique de Borgonha IV,
Conde de Porto Gaio.
Filho de Henrique de Borgonha e de sua mulher Sibila de Borgonha, filha de Rinaldo I neto de Roberto, O Velho, 10º Duque de Borgonha em 1032 DC, por cessão de seu irmão e de sua mulher Hélia (Alice) de Seimur, filha de Dalmas I, Senhor de Namur e de sua mulher Aremberga de Vergí. Bisneto de Roberto II, O Piedoso, 8º Duque de Borgonha, rei de França (996 DC) e de sua mulher Constance de Provence, filha de Guilherme I, Conde de Provence. Trineto de Hugo Capeto, Rei de França (987 DC) e fundador da dinastia Capetingia e de sua mulher Adelaide da Aquitânia, filha de Guilherme, Duque de Guiena. Tetraneto de Hugo, O Grande, 5º Duque de Borgonha (938 DC), Conde de Paris e de Orleans e de sua mulher Heedwige (Edite) da Saxônia, filha de Henri I, “L’Oiseleur”, Rei da Germânia (919 DC). Pentaneto de Robert D’Angerin, Le Fort, Duque e depois Rei de França, com o nome de Roberto I e de sua mulher Alaíde, filha de Luiz I, Rei de França, neta de Carlos Magno e de sua mulher Hildegarda, bisneta de Pepino, O Breve e de sua mulher Berta, filha de Caribert, Conde de Laon; trineta de Carlos Martel, Tetraneta de Pepino de Heristal e de sua mulher Alpaida; Pentaneta de Anseghise e de sua mulher Begga, esta filha de São Pepino de Landen e neta de Cariomano; Hexaneta de Arnaldo, Duque da Austrásia e de sua mulher Blitilde que foi filha de Crotário I, Rei de França e de sua mulher Santa Radegunda, esta neta de Clovis I, Rei de França e de sua mulher Santa Clotilde, bisneta de Chilperico, trineta de Meroveu, Tetraneta de Clódio, O Cabeludo e Pentaneta de Faramundo, que a lenda diz provir de Príamo, Rei de Tróia. Hexaneto de Roberto, Conde de Matrie e de sua mulher Agave, filha de Wichefredo, Conde de Beni. Septoneto de Teodeberto, Conde de Matrie. Octaneto de Nebogoloi Conde de Matrie. Nonaneto de Childebrando Conde de Matrie. Decaneto de Pepino de Heristal cuja ascendência já vimos acima. 

O Conde D. Henrique (IV) foi casado com a Rainha (antes Princesa) D. Tereza de Leão, filha de Afonso VI, Rei de Castela e de sua mulher D. Ximena Muñoz.
(continuação)
O Segundo casamento de D. Gonçalo Mendes de Sousa foi com D. Dórdia Viegas. O seu terceiro casamento realizou-se com Dona Sancha Álvares de Astúrias. Do 1º matrimônio teve um único filho:

1- Conde D. Mendo Gonçales de Sousa, que segue;

Do segundo teve duas filhas: 

2- Condessa D. Elvira de Faia 

3- D. Teresa Gonçales de Sousa

Do terceiro ignora-se se teve filhos legítimos, porém sabe-se da existência de dois naturais, havidos de D. Goldana Goldari, dos quais descendem os Alcoforados, que são: 

4- D. Fernão Gonçales de Sousa

5- D. Elvira Gonçales de Sousa. 

XI - CONDE D. MENDO GONÇALES DE SOUSA
Sucessor do seu pai na Casa de Sousa e na dignidade de Mordomo Mor, foi conhecido como o “Sousão”. O cronista Damião de Góis, em um livro de linhagem existente no Arquivo da Torre do Tombo, diz que o Conde D. Mendo foi o mais honrado e o maior senhor que existiu em Portugal, depois do Rei D. Sancho e a prova evidente da alta consideração em que foi tido é o fato de sempre ser o primeiro a assinar todas as confirmações, antepondo-se a todos os Senhores e muitas vezes aos prelados.

Uma referência do Livro dos Aniversários de Pombeiro diz que “foi o Conde D. Mendo tão grande nos haveres e nas lides, que se avantajou aos melhores do seu tempo”. Foi Alferes Mor do Rei D. Sancho e acompanhou-o ao assalto a Triana já referido no capítulo anterior. Foi Fronteiro Mor governador das armas da cidade de Lisboa e Capitão General do Rei D. Sancho. Quando com o auxílio de uma armada de cruzados saída dos portos do Norte, com destino à palestina e que forçada por um rijo temporal veio abrigar-se no Rio Tejo, intentou D. Sancho conquistar o Algarve (1188 DC) tomando Silves, e quem comandou o campo português que seguia por terra, foi D. Mendo Gonçales de Sousa, enquanto o rei ficava juntando o resto das forças e dando expediente às demais necessidades da campanha.

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Mais informações: 
Viveu o Conde D. Mendo durante a maior parte dos reinados de Afonso Henriques e Sancho I e dele temos notícias até o ano de 1191 DC, época em que se supõe, tenha falecido. Casou-se com D. Maria Rodrigues Beloso, que foi: 

Filha do Conde D. Rodrigo Beloso, Senhor da Cabrera e Rivera e de sua mulher D. Ambei, filha de Felipe I de França, que reinou de 1060-1108 DC. 

Neta de D. Pedro Rodrigues Beloso, que floresceu no tempo de Afonso VI. (Na opinião de Moreira). 

Bisneta de D. Rodrigo Beloso, Senhor de Cabrera e Rivera. 

Trineta de D. Beloso e de sua mulher D. Moninha Froias, que foi filha de D. Froiaz Bermui, neta do Conde D. Bermui Froiaz, bisneta de D. Froiaz Mendes, trineta do Conde D. Mendo, Godo que por mar veio de Roma, aportando na Galícia com o fim de se fazer rei e que se casou com D. Juana Romanes, filha do Conde D. Roman, meio irmão do rei D. Afonso, O Casto, cuja ascendência já foi vista em capítulo anterior.

Tetraneta de D. Ramiro II de Leão e de sua mulher D. Ermesenda. Do seu matrimônio com D. Maria Rodrigues Beloso, teve D. Mendo Gonçales de Sousa os seis filhos seguintes:

1-     D. Gonçalo Mendes de Sousa

2-   D. Rodrigo Mendes de Sousa

3-   D. Garcia Mendes de Sousa, que segue,

4-   D. Vasco Mendes

5-    D. Guiomar Mendes de Sousa

6-   D. Urraca Mendes de Sousa

XII – D. GARCIA MENDES DE SOUSA
D. Garcia Mendes de Sousa, embora não tenha sido Senhor da Casa de Sousa, entra nesta cronologia por esta ter continuado em seus netos por intermédio do seu filho o Conde D. Gonçales Garcia. 

Do seu matrimônio c. D. Elvira Gonçales de Toroño, teve D. Garcia Mendes de Sousa cinco filhos varões e uma mulher que foram:

1- Conde D. Gonçalo Garcia

2- D. Juan Garcia, O Pinto

3- D. Mendo Garcia de Sousa, que segue,

4- D. Fernão Garcia de Sousa, O Esgaravaña

5- D. Pedro Garcia de Sousa, O Abouja

6- Dona Maria Garcia.

O Livro Apenso lhe atribui ainda um sétimo filho:

7- D. Sancho Garcia de Sousa;

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XIII – D. MENDO GARCIA DE SOUSA
Cavaleiro de grande valor, que juntamente com seus irmãos tomou parte nas campanhas de Alentejo, Andaluzia e Algarve, cooperando com a vitória dos estandartes de D. Sancho II. Recebeu por este motivo o governo da Província Trastamontana. Falecido antes do Conde Gonçalo Garcia, seu irmão mais velho, que por morte de seu tio Gonçalo Mendes se encontrava de posse do Senhorio da Casa de Sousa, não chegou a entrar de posse deste título, que coube aos seus descendentes. Foi Senhor de Panojas, hoje Vila real, primeiro solar desta Casa e da Vila de Aguiar de Pena e de todo o Conselho de Terra de Celorico, Basto e da Quinta de Sobeira.

Rico-homem de Portugal, confirmou todos os privilégios e escrituras do seu tempo. Parece que o seu falecimento deu-se antes de 1257 DC, tendo alcançado, pois, parte do reinado de Afonso III (1210-1279 DC). Foi casado com D. Teresa Añes de Lima

Irmã de D. Maria Añes, progenitora das Casas Reais de Castela e Portugal. 

Filha de D. João Fernandes de Lima, O Bom e de sua mulher D. Maria Paes de Rivera; 

Neta de Fernando Arias Baticela, O Daño e de sua mulher D. Teresa Bermunia, filha de Bermudo Perez de Trava; 

Trineta do quarto Conde de Trastamara e de sua mulher D. Teresa, filha de Henrique de Borgonha, cuja ascendência já foi vista no capítulo IX. Do seu casamento com D. Teresa Añes de Lima, teve D. Mendo os cinco filhos seguintes:

1- D. Gonçalo Mendes de Sousa,

2- D. João Mendes de Sousa,

3- D. Maria Mendes de Sousa, que segue,

4- D. Constança Mendes de Sousa,

5- D. Garcia Mendes de Sousa.

XIV – D. Maria Mendes de Sousa

Esta quebra da linhagem varonil da ilustre Casa de Sousa, que vinha durando quase setecentos anos ou doze gerações sem variação alguma, deu-se devido à morte de D. Mendo Garcia de Sousa, que só deixou duas fêmeas herdeiras, D. Constança Mendes de Sousa e a supra D. Maria Mendes de Sousa, quem sucedeu na nobre linhagem. Desta titular descendem os Sousa “Chichorros” (pequeno, peixe nanico), enquanto que os Sousas Dionísios descendem de D. Constança.

D. Maria se casou com D. Lorenzo Suares de Valadares, rico-homem, Senhor de Tangil e Fronteiro Mor da Comarca de Entre-Douro e Minho. D. Lorenzo foi: 

FILHO de D. Suero Paes de Valadares, e de sua mulher D. Estefânia Ponce de Baião.

NETO de D. Paio Suares de Valadares, rico-homem e Senhor de Tangil e de sua mulher D. Elvira Vasques de Soverosa, que será tratada adiante; 

BISNETO de Suero Arias de Valadares, um dos vinte e nove companheiros do "Lidador", como se vê do catálogo que deles fez o Conde D. Pedro e copiou D. Antônio Suares de Alarcon e de sua mulher D. Maior Peres Fornelos. A Casa dos Marqueses de Valadares, da Galícia, procede de D. Suero Arias. 

TRINETO de Arias Nunes e de sua mulher D. Examea Nuna, ambos da Galícia. Por D. Elvira Vasques de Soveroga, foi D. Lorenzo Suares de Valadares: Bisneto de Vasco Fernandes de Soverosa, Senhor da Casa deste nome e de sua mulher D. Teresa Gonçales de Sousa, filha de Gonçalo Mendes de Sousa, já estudado no capítulo X e de sua segunda mulher D. Dorotéa Viegas. Trineto de Fernão Gomes, "o Mau", Mordomo Mor e Rico-homem de Castela e de sua mulher D. Ximena Gomes de Sandoval, filha dos Condes D. Diego Gonçales de Sandoval e de sua mulher D. Maria Gomes e neto do Conde D. Gomes do Sobrado. Por sua mãe, D. Estefânia Ponce de Baião, foi D. Suero Paes de Valadares neto de Ponce Afonso de Baião e de sua mulher D. Maior Martinez da Silva. Bisneto de D. Afonso Ermingues de Baião e de sua mulher D. Teresa Perez, filha de Pedro Fernandes, "o Braganção", cuja ascendência pode ser vista na Revista do Instituto de Estudos Genealógicos, ano 1, pág. 26. Trineto de Ermigo Viegas de Baião e sua mulher D. Clara. 

Tetraneto de D. Egas Gozendes e de sua mulher D. Useu Viegas, cuja ascendência se encontra às págs. 20 do n.º 1, ano 1, da Revista do Instituto de Estudos Genealógicos. 

Do seu casamento com D. Lorenzo Suares de Valadares, teve D. Maria Mendes de Sousa um filho e duas filhas:

1 - Aires Lorenzo,

2 - D. Guiomar Lorenzo de Valadares,

3 - D. Inês Lorenzo de Valadares e Sousa, que segue.

XV - D. INÊS LORENZO DE VALADARES E SOUSA
D. Inês Lorenzo de Valadares e Sousa foi casada com Martim Afonso Chichorro, assim chamado por ser de pequena estatura. De D. Martim Afonso Chichorro, meio irmão do rei D. Diniz, "o Lavrador", e sexto Rei de Portugal (1279-1325), por ser filho natural de Afonso III, "o Bolonhês", nos dá noticia o autor da Monarquia Lusitana, com as seguintes palavras que vão transcritas na íntegra, porque nos dão motivo de reflexão:
"Martim Affonso Chichorro, filho del Rey, casou na família dos Sousas, e tem desendenza neste Reyno, segundo refere o Conde D. Pedro. No que toca a Moura*, que foi sua Mae, em uma memoria manuscrita achei ser filha de Aloandro (ben Beckhar), um dos Alcaides de Faro, quando el Rey ganhou esta cidade no ano de 1259 DC. Tinha esta filha dotada de grande fermosura, com que el Rey tomou amores. Não ha nisto dificuldade, visto que lhe não podemos assegurar a certeza."
A explicação acima de nada adianta, pois seu autor nos faz ver que não é verdade o que quer que acreditemos; ora, afirmar que não há dúvida e dizer que não há certeza, é pura contradição uma vez que tudo quanto é certo, não pode ser duvidoso. O arrazoado acima, que foi emitido pelo autor da “História de la muy ilustre Casa de Sousa'', na qual se baseia a feitura deste nosso modesto trabalho, autor que alguns supõem ser Francisco Xavier Garcia, outros Fr. Jerônimo de Sousa, que no século se chamou Jacinto de Sousa Sequeira e que querem ainda outros seja parte das "Obras Nobiliárquicas de Autores Anônimos", procura demonstrar que não se pode dar valor absoluto à afirmação acima.
[*A Moura Madragana Ben Aloandro, depois de baptizada conhecida como Mor (Mayoor) Afonso (Faro, Algarve, 1230 -?) foi amante do rei D. Afonso III de Portugal depois de este ter dado por completa a Reconquista do território que forma Portugal tomando a cidade de Faro em 1249. A cidade de Faro fazia parte do Reino Muçulmano do Algarve (Gharb al-Ândalus) e era pai de Madragana Aloandro Ben Bakr, este que era alcaide (Cádi?) e governador militar do Castelo de Faro. Por via das relações de Madragana com o rei Afonso III de Portugal, de quem teve cinco filhos resultou uma numerosa família que se tornou antecessora de quase todas as famílias reais e aristocráticas da Europa. Depois da paixão do rei desaparecer Madragana foi casada com Fernão Rei, de quem teve uma filha devidamente documentada e chamada Sancha Fernandes. Pelas relações com o rei Afonso III de Portugal, rei católico e por ter filhos com este, foi batizada tendo na altura recebido um novo nome, desta feita cristão, passado assim a chamar-se Maior Afonso, ou Mor Afonso (sendo que o termo Mor era uma abreviatura de Maioor, nome bastante comum entre as mulheres do Portugal medieval). O nome Afonso foi-lhe atribuído e significa "A filha de Afonso", o que segundo alguns historiadores pudera querer dizer que depois de seu amante real, D. Afonso III foi seu padrinho de baptismo, transformando-a assim numa filha espiritual. Existe alguma controvérsia sobre o facto de ele ser de origem moura, pois existem historiadores que afirmam o contrário, Duarte Nunes de Leão, cronista real do Reino de Portugal durante o século XVI, assegura que Madragana era de origem muçulmana. Este fato no entanto é negado no século XVIII por Antonio Caetano de Sousa, na sua obra História Genealógica da Casa Real Portuguesa. Deve no entanto ser dito que Antonio Caetano estava a ser pago pelo rei D. João V de Portugal para escrever a referida história genealógica da casa real portuguesa pelo que esta informação, por ser pouco conveniente pode ter sido omitida, pondo assim a família Sousa a descender de Mor Afonso, que pertencia à linhagem real e se encontrava ligada a às famílias aristocráticas mais importantes da corte. Foi filha de Aloandro Ben Bakr ou Aloandro Ben Bekar, vulgarmente conhecido como Aloandro ou Aldroando Gil depois de se proceder ao seu baptismo. Aloandro e Bekar são as únicas formas portuguesas conhecida do seu nome no árabe original. Segundo os dados existentes foi um muladi dos Banu Harun. Madragana é chamada nas antigas crónicas de Mourana ou Mourana Gil. Madragana foi com o rei D. Afonso III de Portugal mãe de Martim Afonso Chichorro.]

Chichorro: do Espanhol = Cachorro, filhote, pequenino, miúdo, baixinho, nanico.
De Martim Afonso Chichorro têm-se notícias em vários documentos datados de 1274-1299 e sabe-se que ocupava o quarto lugar no Catálogo dos Ricos-homens do Rei D. Diniz, sendo os outros três primeiros ocupados pelo Infante D. Afonso, irmão do rei, o Conde D. Gonçalo Garcia de Sousa, cunhado do rei e D. Nuno Martinez Chassim, Mordomo-Mor. Quanto ao seu falecimento, parece que ocorreu no ano de 1300. 

Por seu pai D. Afonso III, quinto rei de Portugal (1245-1279), que se acha sepultado na igreja de Alcobaça, Martim Afonso Chichorro foi: 

Neto de Afonso II, "o Gordo", terceiro Rei de Portugal (1185-1223) que jaz na igreja de Santa Cruz de Coimbra e de sua mulher D. Urraca de Castela, filha de Afonso VII, Rei de Castela. Bisneto de Sancho I, "o Povoador", segundo Rei de Portugal, nascido em 1154 e falecido em 1211, tendo subido ao trono em 1185, sepultado na igreja de Santa Cruz, em Coimbra e de sua mulher D. Dulce de Aragão, filha de D. Ramon Berenger, Conde de Barcelona e de D. Petronilha, Rainha de Aragão. 

Trineto de D. Afonso Henriques, "o Conquistador", primeiro Rei de Portugal (1128-1185), nascido em Guimarães em 1109 e de sua mulher D. Mafalda de Saboia, filha de Amadeu III, Conde de Saboia. 

Tetraneto de Henrique de Borgonha, cuja ascendência já foi vista no capítulo X. Teve D. Inês Lorenzo de Valadares e Sousa, de seu marido Martim Afonso Chichorro, dois filhos:

1 - D. Martim Afonso de Sousa Chichorro O Moço, que segue

2 - Dª Maria Afonso de Sousa Chichorro.
NOTA - O genealogista lusitano da atualidade, Manuel Abranches de SOVERAL, levanta algumas questões quanto ao brasão "dito Sousa do Prado", que por uma análise rigorosa, segundo ele, deveria pertencer aos Sousas Arronches; isto devido à uma confusão genealógica sucessiva, através dos tempos, bastante comum da homonímia, de vários Martim Afonso (Chichorro e Souza) e de um relegado porém legítimo herdeiro do nome, Vasco Martim de Souza que seria, ele sim, a continuidade da linhagem, pelos Souzas Arronches. Confessamos que não entendemos tudo da sua argumentação, pois as variantes de apelidos são muitas e confundem qualquer leitor que não esteja com elas familiarizado, ou seja, que necessariamente seja da linhagem e interessado em decorar seus componentes. Apenas transcrevi um trecho do seu trabalho logo a seguir, que fala diretamente à linhagem via Martim Afonso Chichorro I e II, aqui divulgado em sua forma tradicional de outros genealogistas (assinalados nas fontes ao final da página). Mas para quem tiver as qualificações familiares e interesse pessoal em ir a fundo no deslinde desta nobre linhagem dos Souza, deixo aqui o URL do estudo completo deste brilhante genealogista da tradição lusitana. https://www.soveral.info/mas/Souza%20do%20Prado.htm
Adenda genealógica atualizada de Manuel Abranches do Soveral
Torre de Santo Estêvão
1. Martim Afonso, o "Chichorro", que há dúvidas que seja o Martim Afonso governador (tenens) de Chaves (1273), como diz D. António Caetano de Souza* mas que teve de seu pai aforada a quintã coutada e torre de Stº Estêvão (imagem, foto do autor), propriedade da família real no termo de Chaves. Foi rico-homem da corte de seu meio-irmão o rei D. Dinis, onde confirmou vários diplomas entre 1288 e 1300. Teve bens no termo de Torres Vedras, que vendeu a seu pai por 1.500 libras de ouro. Nasceu cerca de 1260 e ainda vivia em 1313, ano em que doou a seu sobrinho João Afonso tudo o que tinha na Louzã. Casou com Inez Lourenço de Valadares, por quem veio o nome Souza à sua descendência, uma das duas sobrinhas herdeiras de D. Mem Garcia de Souza, o último chefe varão da grande Casa de Souza. Martim Afonso "Chichorro" era filho do rei de Portugal D. Afonso III (que lhe chama filho e o beneficia com 1000 libras no testamento) e de sua amante moura Madragana, filha do conquistado (1250) alcaide de Faro Aloandro ben Bekar, que depois foi batizada com o nome de Mor Afonso.
*Autor da História Genealógica da Casa Real Portuguesa (Temos à venda a coleção fac-similar de 2007, nova, luxo, volumes 1 a 8 + 14,15 - $900,00 reais). alanr1567@gmail.com
Filhos:
1.1 Constança Afonso Chichorro, freira, já falecida em 1341, ano em que sua irmã Margarida Afonso aparece como sua testamenteira numa inquirição dos seus bens para a instituição de uma capela (Mosteiro de Santa Clara de Santarém, 11.11.1341).

1.2 Margarida Afonso de Souza, freira em Santa Clara de Santarém, referida no nº anterior.

1.3 D. Maria Afonso Chichorro, que nasceu cerca de 1294 e faleceu depois de 6.2.1341, data da sentenças às inquirições à jurisdição das honras e coutos do casal. Casou cerca de 1315 com Gonçalo Anes de Briteiros, "baroni de Briteiros", fronteiro-mor de Entre-Douro-e-Minho, rico-homem e vassalo. Em 1323 D. Maria obteve, em conjunto com seu irmão Martim Afonso, por arbítrio do infante D. Afonso, vários bens da Casa de Souza, de que eram co-herdeiros. Aparecem, entre os ricos-homens e ricas-donas, como naturais de Mancelos na lista de 1339, com seus filhos Álvaro, Diogo, D. Maior (Maria) e D. Margarida.
Filhos: 
1.3.1 Álvaro Gonçalves de Souza, que aparece como natural de Vilar de Porcos (1329), Vairão (1336) e Mancelos (1339). Mas já não aparece na lista de Grijó, em 1365, pelo que teria já falecido, s.g. legítima. 
1.3.2 Diogo Gonçalves de Souza, referido com seu pai como natural Vilar de Porcos, Vairão e Mancelos (1329-39) Também já não aparece na lista de Grijó, em 1365, pelo que teria já falecido, s.g. legítima. 
1.3.3 D. Maria/Mor Gonçalves de Souza (ou de Briteiros), referida com seus irmãos mais velhos como natural de Vilar de Porcos (1329), Vairão (1336) e Mancelos (1339). Em 1365 aparece na lista de Grijó como "mulher de Rui Vasques Ribeiro" mas, como também salienta J. A. Pizarro, deve ser confusão com sua irmã Margarida, como dizemos adiante. Por outro lado, a 5.12.1354 esta D. Maria e seu marido Martim Lourenço da Cunha receberam um Prazo do Cabido de Coimbra. Além de que, num documento de 1366, D. Margarida, sua filha Beatriz e sua sobrinha Maria de Souza, filha de Martim Lourenço da Cunha, nomearam procurador para dar quite ao mosteiro de Vairão pelas naturas e comedorias que tinham recebido. D. Maria casou portanto, antes de 1348, com Martim Lourenço da Cunha, de quem foi 2ª mulher. Por este casamento recebeu Martim Lourenço da Cunha, cavaleiro, alcaide-mor de Sortelha (1336) o senhorio de Pombeiro da Beira em 1355, que já tinha falecido em 1365. Na lista de Grijó de 1266 aparecem como naturais, entre os ricos-homens, os "três filhos q ficarão de Martim Lourenço da Couinha", que portanto já tinha falecido. Um destes filhos foi João Lourenço da Cunha, senhor de Pombeiro da Beira, marido D. Leonor Telles de Menezes, depois "roubada" por D. Fernando e rainha de Portugal. Bem assim como D. Maria de Souza, ou de Briteiros, casada com seu primo Martim Afonso de Souza, adiante.  
1.3.4 D. Isabel Gonçalves de Souza, freira em Lorvão, que em 1348 arrenda bens que tinha no termo de Santarém.
1.3.5 D. Margarida Gonçalves de Souza, n. cerca de 1328/1330 e falecida depois de 21 de Fevereiro de 1395. É referida como natural de Vairão em 1336 e entre os ricos-homens e ricas-donas naturais de Mancelos, ainda solteira, em 1339. Como D. Margarida de Souza e já com sua filha D. Beatriz "que cassou cõ Anrriq Manuel", aparece como rica-dona natural de Grijó em 1366. A quinta de Massorim pertenceu a D. Fruilhe de Souza, mulher de Fernão Sanches (filho do rei D. Dinis), que a doou ao Cabido de Viseu, entre vários outros bens. Contudo, a sobrinha desta D. Fruilhe, D. Margarida, e seu marido Rui Vasques Ribeiro, tomaram posse de todos esses bens que ela deixara ao Cabido, só os restituindo por sentença de 21.2.1395. Desta forma se verifica que a mulher de Rui Vasques Ribeiro se chamou D. Margarida e não D. Maria. Isto, apesar de na lista dos padroeiros do mosteiro de Grijó (1365) aparecer D. Margarida de Souza, sem indicação do marido, com sua filha D. Beatriz "que cassou com Anrique Maniel", e logo adiante D. Maria de Souza casada com Rui Vasques e dois filhos (não nomeados). Mas, em 1366, D. Margarida Gonçalves de Souza, com sua filha Beatriz e sua sobrinha Maria de Souza, filha de Martim Lourenço da Cunha, nomeou procurador para dar quite ao mosteiro de Vairão pelas naturas e comedorias que tinham recebido. Na lista de Mancelos (1339) aparecem os dois filhos e duas filhas de Gonçalo Mendes de Briteiros, estando D. Mayor e não D.Maria e sendo D. Margarida a mais nova. Num documento de 5.12.1354 Martim Lourenço da Cunha aparece casado com D. Maria. Há aqui, portanto, uma contradição documental. Sendo contudo certo que D. Maria/Maior/Mor foi casada com Martim Lourenço da Cunha, casamento que se realizou depois de 1339 e antes de 1354. E que Rui Vasques Ribeiro ainda estava casado com D.Margarida em 1395. Parece, portanto, que o erro estará na lista de Grijó, publicada por J.A.S.M. Pizarro, que também o nota, propondo que D. Maria tenha casado 1º com Martim Lourenço da Cunha e depois com Rui Vasques Ribeiro, o que, como vimos, não é possível. Logo, Rui Vasques é o pai de D. Beatriz de Souza, conforme dizem todas as genealogias. Assim sendo, a lista de Grijó contém erros demasiado graves para a sua credibilidade, mesmo tendo em conta o facto de Rui Vasques Ribeiro ter casado a 1ª vez com uma Maria Gonçalves (Chancinho), o que mal pode justificar a confusão. D. Margarida, quando muito, talvez tenha casado a 1ª vez, cerca de 1343, com seu primo Martim Afonso de Souza, referido adiante. Mas em 1357 já estava casada com Rui Vasques Ribeiro, que é certamente o Rui Vasques, cavaleiro, que deixou em testamento umas casas em Galifonge e em Viseu ao Cabido desta cidade, bens de que este tomou posse a 9.5.1360.
1.4 Martim Afonso Chichorro II, que segue.

1.5 (Vasco Afonso de Souza), filho proposto por Pizarro como pai de Martim Vasques de Souza, este já falecido em 1325, ano em que sua viúva Sancha Dias de Haro nomeia procurador seu neto Gonçalo Afonso para vender os bens que possuía em Portugal. Com geração.

XVI - MARTIM AFONSO DE SOUSA CHICHORRO II
O Segundo deste nome e conhecido como "o Jovial Cavaleiro", Rico-homem, Senhor de Lalin, Eixo, Daens, Amarante e muitas outras terras de Portugal. Seu nome encontra-se entre os Grandes do Conselho do sexto rei de Portugal, D. Diniz (1279-1235). Alguns autores afirmam que Martim Afonso de Sousa Chichorro foi casado, porém ignora-se o nome de sua mulher, bem como o de seu filho, falecido em menor idade. Teve, porém, de D. Aldonça Añes de Briteiros, vários filhos. D. Aldonça, de quem procedem todos os Sousas Chichorros, foi: 

filha de D. João Rodrigues de Briteiros, Rico-homem e de sua mulher D. Guiomar Gil Soverosa. Por seu pai D. João Rodrigues Briteiros, foi D. Aldonça: 

Neta de D. Rodrigo Gomes Briteiros, Rico-homem dos reis D. Sancho II e de D. Afonso III de Portugal, Mordomo-Mor  e Valido, e de sua mulher D. Elvira Afies da Maia e Sousa. 

Bisneta de D. Gomes Mendes de Briteiros, Rico-homem e de sua mulher D. Urraca Gomes da Silva. 

Trineta de D. Mem Paes de Longos e de sua mulher D. Maria Gomes da Casa dos Gideões.

Tetraneta de Pedro de Longos e de sua mulher, cujo nome ignora-se. Por sua avó, D. Elvira Afies da Maia e Sousa, foi D. Aldonça Añes de Briteiros;  Bisneta de D. João Perez da Maia, Rico-homem e Alferes-Mor de Portugal e descendente da Casa de Leão e de sua mulher D. Guiomar Mendes de Sousa. Trineta de Paio Soares da Maia, cognominado "O Zapata", um dos vinte e nove companheiros de seu tio, o grande D. Gonçalo Mendes da Maia, "o Lidador" (Campeador) e de sua mulher D. Elvira Viegas, filha do honrado D. Egas Moniz, que foi chamado de Riba-Douro, Rico-homem, cuja ascendência encontra-se na Revista do Instituto Heráldico Genealógico, n.º 7, pág. 6, e de sua segunda mulher D. Teresa Afonso, neta de D. Afonso das Astúrias. 

Pentaneta de D. Soeiro Mendes da Maia, "o Bom", cuja ascendência se encontra na Revista do Instituto Genealógico, ano 1, n.º 1, pág. 22. Por sua mãe D. Guiomar Gil de Soverosa foi D. Aldonça Añes de Briteiros neta de D. Gil Vasques de Soverosa, Rico-homem e de sua mulher D. Aldonça Añes da Maia, filha de João Martinez da Maia e de sua mulher D. Teresa Perez de Bragança. Por sua bisavó, D. Guiomar Mendes de Sousa foi D. Aldonça Añes de Briteiros: Trineta do Conde D. Mendo Gonzales de Sousa e de sua mulher D. Maria Rodrigues Veloso, já estudados no capítulo X. De D. Aldonça Añes Briteiros, teve Martim Afonso de Sousa Chichorro os seguintes filhos:

1 - Martim Afonso de Sousa, que segue.

2 - Vasco Martinez de Sousa. 


Sousa do Prado

XVII - MARTIM AFONSO DE SOUSA III
Terceiro deste nome, Rico-homem de Portugal, Fronteiro-Mor do Algarve e segundo Senhor de Mortanha, por ter sucedido a seu irmão Vasco Martinez de Sousa, famoso Cavaleiro no tempo do Rei D. João I, "de Boa Memória” (1383-1433), achou-se com este na batalha de Aljubarrota (1385) e tomada de Ceuta (1415) e com ele vários de seus filhos. Em outros combates que das guerras daqueles tempos, teve oportunidade de mostrar-se capitão valoroso. Na reunião das Cortes, ocorrida em Coimbra, em 1385, foi um dos primeiros a sobrepor a sua assinatura nos documentos firmados. Casou-se duas vezes e de ambos os matrimônios teve ilustre e numerosa sucessão. Sua primeira esposa foi D. Maria Gonzales de Briteiros, da qual era primo irmão. Desse matrimônio teve os seguintes filhos:

1 -  Gonçalo Añes de Sousa.

2 D. Briolanja de Sousa

3 – D. Inês de Sousa.

4 – D. Catalina de Sousa.

A segunda vez casou-se Martim Afonso de Sousa com D. Estefânia Garcia, cuja ascendência se desconhece e desse matrimonio houve um filho:
5-    Afonso Vasques de Sousa, O Cavaleiro.
Além destes filhos, o bisneto de Afonso III de Portugal teve vários outros, fora do matrimônio, porém, as opiniões são contraditórias, quanto ao número deles e nomes das mães. Entretanto, desses filhos naturais, um nos interessa de perto e deste, a mãe é conhecida, trata-se  de:

     
6- Martim Afonso de Sousa, que segue. Filho de D. Aldonça Rodrigues de Saá, irmã de D. Juan Ruiz Saá, cognominado “O das Galeras”, Senhor de Sovel, Camareiro Mor do rei D. João I e Alcaide do Porto. Neto de Rodrigo Añes de Saá, Senhor da Quinta de Saá, Embaixador em Roma e de sua mulher D. Júlia ou Cecília Colona. Bisneto de João Afonso de Saá, Senhor da Quinta de Saá, solar desta família no tempo de Rei Afonso IV, O Bravo, sétimo rei de Portugal (1291-1357 DC) e de sua mulher D. Maria Martinez de Berredo. Trineto de Paio de Saá e de sua mulher D. Teresa Martinez de Berredo, irmã de Lourenço Mendes de Berredo, ambos filhos de Martim Mendes de Berredo, segundo Lavanhã. Alguns nobiliários citam ainda o nome de um outro filho natural:

7-    Pedro de Sousa.

Sousa do Prado

XVIII – MARTIM AFONSO DE SOUSA IV
Quarto deste nome e Senhor de Gouveia. Foi casado com D. Violante Lopes de Távora, filha mais velha de Pedro Lourenço de Távora, Senhor de Morgadouro e Mirandela, Alcaide-mor de Miranda do Douro, Resposteiro-Mor do Rei D. João I, "De Boa Memória" (1357-1433) e de sua mulher D. Beatriz Añes de Alvergaria, filha de João Esteves de Azambuja, Alcaide-Mor de Lisboa, Privado do Rei D. Pedro I, "o Justiceiro" (1320-1367) e Vedor de sua fazenda. Desse matrimônio, Martim Afonso de Sousa teve os seguintes filhos:

1 - Fernão de Sousa.

2 - Pedro de Sousa Seabra, que segue.

3 - Rui de Sousa.

4 - Vasco Martinez de Sousa Chichorro.

5 -  João de Sousa

6 - Beatriz de Sousa.

XIX - PEDRO DE SOUSA SEABRA
Servidor da Casa de Bragança e Senhor da Terra de Prado foi Alcaide-Mór de Sanabria, em Castela. Casou-se com Maria Pinheira, filha de D. Pedro Esteves Cogomiño, Ouvidor do Duque de Bragança e de sua mulher Isabel Pinheira, fundadores da capela de N. S. de Guimarães, onde foram sepultados. Desse matrimônio, Pedro de Sousa Seabra, teve os seguintes filhos:

1 - D. Violante de Távora.

2 D. Isabel de Sousa.

3 - D. Inês de Sousa.

4 - Lopo de Sousa, que segue.

5- Gonçalo de Sousa.

6- Pedro de Sousa.

7  Sebastião de Sousa

8  João de Sousa.

XX - LOPO DE SOUSA
Senhor da Vila e Terra do Prado, de Paiva e de Baltar, do Conselho do Rei D. Manuel e Aio do Quarto Duque de Bragança D. Jaime, que mais tarde o fez Alcaide-mor de Bragança e do Castelo de Outeiro. Foi capitão valoroso nas armadas da Índia, como afirma o cronista João de Barros, em diversas partes de suas "Decadas". Casou-se com D. Brites de Albuquerque que foi: Filha de João Rodrigues de Saá, Alcaide-mor e Vedor da Fazenda do Porto e de sua terceira mulher D. Joana de Albuquerque "a Bisaguda", cujo pai foi mestre de sala de el rei Afonso V. Neta de Fernão de Sá, Senhor de Sever, Paiva, Baltar, Bouças, Matosinhos e demais Casas de seu pai, Alcaide-mor e Vedor da Fazenda do Porto e Fronteira-Mor de Entre-Douro e Minho. De seu matrimônio com D. Brites de Albuquerque, teve Lopo de Sousa os seguintes filhos:


1 - Pero Lopes de Sousa.

2 - João Rodrigues de Sousa.

3Martim Afonso de Sousa V, que segue.

4 - D. Catalina de Sousa.

5 - D. Isabel de Albuquerque.

(No final da página há um gráfico compacto de descendência do Conde Henrique de Borgonha, seu filho Rei D. Afonso Henriques fundador de Portugal até o Donatário Martim Afonso de Sousa V, e deste até o autor desta página, pela linhagem colateral de sua filha Izabel Lopes de Souza).

XXI - MARTIM AFONSO DE SOUSA V
"Este será Martinho, que de Marte
O nome tem co'as obras derivado;
Tanto em armas ilustres em toda parte,
Quanto em conselho sábio, e bem cuidado."
Lusíadas Canto X Estancia 67.


Vice Rei, Almirante e Capitão Donatário Martim Afonso de Souza V
Quinto deste nome e o principal personagem deste trabalho, nasceu segundo se conclui de sua autobiografia, no ano de 1500, em Vila Viçosa. Muito moço ainda esteve com seu pai ao serviço do Duque de Bragança. Já nessa fase da vida demonstrou muito brio e opinião por ocasião da despedida do fidalgo Castelhano, Capitão Gonçalo Fernandes de Cordoua (Córdova?), que hóspede de seu pai, o tivera como companheiro em algumas jornadas e que no momento de despedir se quis deixar-lhe, como prova de seu reconhecimento, um rico colar de ouro e pedras preciosas, mas o jovem Martim Afonso se afastou, demonstrando repugnância em aceita-lo. Este ato foi compreendido pelo espírito arguto do grande capitão, que percebeu tratar-se de amor próprio e então lhe disse: "Ora senhor bem vos entendo, deveis de querer armas", e tirando a preciosa espada que a seu lado pendia, lhe deu, causando-lhe assim grande satisfação, tanto que a trouxe sempre consigo. Falecido seu pai, ofereceu-lhe o Duque D. Jaime a Alcaidaria-Mor de Bragança, que recusou, passando então ao serviço como pagem do Infante D. João, filho de D. Manoel, esperançoso de um futuro mais promissor. "O Duque pode fazer-me Alcaide-mor e el Rey pode fazer-me Duque". Nesse serviço obteve a estima incondicional do Infante, apesar de ter somente dezessete anos, e o que era de se esperar, a inveja dos conselheiros do rei, que anteviam nele um futuro embaraço às suas ambições, dada a ascendência que ia adquirindo sobre o futuro rei.


Isto motivou intrigas que quase levaram-no a deixar o serviço do Infante, porém, como se vê de sua autobiografia, não abandonou o cargo e ficou "servindo até que El Rey Dom Manuel faleceu". Quando a rainha D. Leonor foi para Castela, acompanhou-a e em Salamanca o destino colocou em seu caminho a jovem castelhana D. Ana Pimentel, com quem se casou. Não era decorrido um mês e já se encontrava tomando parte na campanha, que sob a chefia do Condestável D. Iñigo Fernandes Velasco, teve por epílogo a tomada de Rabia. Em 1525, atendendo pedido do rei, tornou a Portugal, em companhia de sua esposa, que veio ao serviço da Rainha D. Catarina e ficou residindo em Lisboa, onde passou a fazer parte do Conselho do Rei, graças à sua honradez, inteligência e dotes pessoais.

Em 1529, as notícias das descobertas de novas terras por Cabral, traziam o rei D. João muito preocupado, não só pelos atos de pirataria exercidos contra a navegação portuguesa pelos corsários franceses que "iam tomando muito pé" nas terras do Brasil, como também pela infiltração Castelhana que, apesar do reconhecimento e demarcação destas terras, aqui aportavam indevidamente. Daí a resolução de mandar uma expedição destinada a tomar inteira posse, colonizar e fazer respeitar o seu pendão nestas paragens. À frente dessa expedição deveria vir um homem enérgico, ponderado e de confiança; a escolha recaiu sobre Martim Afonso de Sousa. Vinte e nove anos apenas, contava Martim Afonso, quando esta pesada tarefa lhe foi imposta, e trinta, quando partiu do Tejo, como chefe supremo da expedição. Querem alguns autores, tendo à frente Frei Gaspar da Madre de Deus, atribuir essa escolha à influência de seu primo Antonio de Ataíde, grande valido do rei, seu conselheiro, Vedor da Fazenda e futuro Conde de Castanheira. Outros atribuem essa escolha aos desejos que Antônio de Ataíde tinha em ver seu primo afastado da intimidade real, porém, ocupando um cargo de confiança, que não lhe despertasse suscetibilidades. Seja lá como for, a verdade é que, com a chefia dessa expedição, D. João III, O Piedoso, deu-lhe prova de muita confiança e elevada estima, conferindo-lhe poderes extremamente latos, senão discricionários. Como Capitão-mor, não só da armada, mas também das demais terras do Brasil, tinha plena jurisdição sobre bens e pessoas que o acompanhavam, sem distinção de classe, 
"bem como as que nas ditas terras que ele descobrir ficarem e nela estiverem ou a ela forem ter por qualquer maneira". 
Tanto no civil quanto no crime, seus poderes eram ilimitados, podendo ordenar até a pena de morte natural inclusive sem de suas sentenças dar apelação nem agravo, excetuando apenas alguns fidalgos que na dita armada fossem e que no caso de merecerem punições, deviam ser presos e enviados a Portugal. Podia ainda 
"fincar padrões e demarcar terras que achar e descobrir, constituir governadores e capitães-mores nessas terras, criar e nomear tabeliães e distribuir sesmarias". 
A armada levava bom provisionamento de armas, munições, petrechos, instrumentos e materiais de construção, sendo o total de sua tripulação e guarnição, quatrocentos homens, constituído de fidalgos, homens do povo, mareantes, artífices, operários, patriotas e aventureiros, não só portugueses, mas também de outras nacionalidades. A expedição compunha-se dos seguintes navios: a nau capitânia, cujo nome é ignorado e a S. Miguel, comandada pelo capitão Heitor de Sousa; o galeão S. Vicente comandado pelo capitão Pero Lobo Pinheiro e as caravelas Princesa, comandada pelo capitão Baltazar Gonçalves e Rosa, comandada pelo capitão Diogo Leite.

Fonte: Revista Genealógica Brasileira #7, 79 1943 - IGB. Dr. Alexandre Guimarães dos Santos. Nasceu em 22-VIII-1894, em São Paulo, formou-se medico em 1932 e sanitarista em 1937; médico-chefe substituto do Centro de Saúde do Belenzinho (em 1943). Publicou tese de doutoramento "Etiologia da úlcera gástrica". Colaborou no "Cruzeiro do Sul" (de Sorocaba), "Arquivos de Higiene e Saúde Pública". Membro de várias instituições culturais, entre elas o Instituto Genealógico Brasileiro, do qual é conselheiro, mediante trabalho aprovado pelo Conselho. Solteiro. São suas irmãs as professoras Ester e Judite Filhos do dr. Benedito Estevão dos Santos e da prof. d. Ana Francisca Guimarães; n. p. de Paulo Cardoso de Siqueira e de d. Ana Carolina do Espírito Santo, ambos de Jacareí; n. m. do farmacêutico José da Silva Vieira Guimarães, português, e de d. Ana Amélia Machado (Genealogia Paulistana, I, 542, 11.º 6-5).

 







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